02 - Mestrado - História Social
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Navegando 02 - Mestrado - História Social por Autor "Aguiar, Carolina Amaral de"
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Item A arte sob a foice e o martelo: a representação do realismo socialista em Afterimage (2016) de Andrzej Wajda(2023-03-14) Fontes, Ana Paula Bertoncello; Aguiar, Carolina Amaral de; André, Richard Gonçalves; Fernandes, Fernando SeliprandyAfterimage (2016) é a última produção realizada pelo reconhecido diretor polonês Andrzej Wajda (1926-2016). Nesta ficção histórica, Wajda retoma os quatro últimos anos da vida do artista plástico polonês e vanguardista Wladyslaw Strzeminski. Este pintor resistiu à imposição do Realismo Socialista quando a Polônia estava sob domínio da União Soviética. Através de uma cinebiografia ou biopic, é narrado o período em que Strzeminski foi preso, e suas obras de arte censuradas, por lutar contra este projeto do Estado para as artes, promovendo ideias vanguardistas. A presente dissertação, que recorre às ferramentas da análise fílmica, considera a pertinência de se recuperar a memória do autoritarismo na Polônia para refletir sobre como esse passado é mobilizado num contexto crescente de movimentos nacionalistas de extrema direita, representados majoritariamente pelo partido Lei e Justiça (PiS). A hipótese desta pesquisa é a de que Wajda idealizou nesse filme um meio de abordar os problemas desses governos autoritários. Assim, objetiva-se compreender a narrativa sobre o passado, especificamente acerca do Realismo Socialista, proposta por Wajda. Entende-se que esta película traduz valores e problemas contemporâneos à sua produção, sendo Wajda uma testemunha daqueles anos de censura representados no filme. Revisitando esse passado, o diretor trouxe à tona algumas memórias pessoais, oferecendo considerações acerca do que acontece com a arte quando ela é tutelada pelas autoridades governamentais.Item A redemocratização no cinema de Leon Hirszman: análise das adaptações de São Bernardo (1972) e Eles não Usam Black-tie (1981)(2023-07-03) Brunieri, João Vitor Moreno; Aguiar, Carolina Amaral de; Cardenuto Filho, Reinaldo; Fiuza, Alexandre FelipeEste trabalho tem como objetivo analisar os filmes S. Bernardo (1972) e Eles Não Usam Black-tie (1981), dirigidos por Leon Hirszman. Em ambos os casos, tratam-se de adaptações de obras já existentes, um romance literário e uma peça teatral. Os filmes foram produzidos durante a ditadura militar no Brasil, mas em momentos distintos do regime: um no auge da repressão e outro no início da redemocratização. Ao analisarmos as características semelhantes e as diferenças em ambos os filmes procuraremos compreender como cada um deles dialoga com seu tempo presente específico, através de mudanças no material original ou em escolhas estéticas. Procuraremos demostrar também como os filmes de Leon Hirszman podem ser interpretados em diferentes contextos e como eles se encaixam na trajetória do cinema brasileiro. Tentaremos enxergar nos respectivos filmes representações da ditadura em momentos distintos e também os discutir em diálogo com as obras que os inspiraram. Em S. Bernardo, o roteiro é bem fiel ao livro e as representações da ditadura são mais alegóricas, enquanto em Eles Não Usam Black-tie as referências ao autoritarismo são mais explícitas e o roteiro faz uma série de modificações em relação à peça. Este trabalho tenta entender esse processo de adaptação das obras e de que maneira elas dialogam com a história do próprio país.Item Canção engajada, exílio e memória: a trajetória de Alfredo Zitarrosa(2024-03-20) Modenuti, Gabriel da Costa; Aguiar, Carolina Amaral de; Fiuza, Alexandre Felipe; Schmiedecke, Natália AyoEssa dissertação tem como objetivo geral refletir sobre a trajetória do músico Alfredo Zitarrosa, inserido nos movimentos que, juntos, ficaram conhecidos como Nueva Canción Latinoamericana. Esses movimentos emergiram a partir dos anos 1960 e se estenderam durante o período das ditaduras e dos exílios latino-americanos, possuindo conexões inclusive com países europeus, como a Espanha. Com base nos deslocamentos do músico, que vivenciou a experiência do exílio a partir do golpe de Estado no Uruguai, ocorrido em 1973, o recorte geográfico dessa pesquisa perpassa diferentes espaços nacionais, como Uruguai, Argentina, Espanha e México. Para tanto, fizemos uso de variados tipos de fonte, entre elas as presentes na chamada mídia impressa (jornais, de modo geral), documentos produzidos pela repressão brasileira e a própria obra de Zitarrosa (seus álbuns e escritos), na tentativa de compreender essa dinâmica e, também, colaborar com os estudos do exílio latino-americano da segunda metade do século XX. O recorte temporal estabelecido vai de 1961 a 1989, período que compreende o início de sua carreira e vai até a sua morte. O trabalho se insere no campo da História Cultural e tem como fundamento metodológico os pressupostos da chamada História Transnacional, que colabora na compreensão das conexões entre países e indivíduos de diferentes nacionalidades. Como resultado, concluímos que Zitarrosa estabeleceu diferentes conexões com indivíduos exilados, de diversos países da região e que, juntos, atuaram ativamente para denunciar as violações realizadas pelas ditaduras, bem como para criação de um ambiente propício para sua volta. Além disso, pudemos inferir que, ao voltar para o Uruguai, Zitarrosa acabou por ser alçado a um papel de importante figura simbólica da luta contra a ditadura e contra o exílio, no contexto da transição democrática e depois.Item As democracias argentina e brasileira em perspectiva comparada : um olhar a partir das relações diplomáticas com a Venezuela (1983-2019)Lima, Bruno Natan; Rolim, Rivail Carvalho [Orientador]; Aguiar, Carolina Amaral de; Ramírez, Hernán RamiroResumo: Neste trabalho, objetiva-se lançar luz sobre as concepções de democracia inscritas no seio das culturas políticas dos governos argentinos e brasileiros do Tempo Presente por meio dos discursos adotados por ambos a respeito da Venezuela Tenta-se elucidar o conjunto de elementos que teria contribuído para a evolução da relação entre eles, em especial a notável mudança de postura da Argentina e do Brasil para com os governos chavistas já no início dos mandatos de Maurício Macri (PRO) e Michel Temer (MDB) Houve, durante a maior parte do século XX, uma fraca relação diplomática entre os três países: enquanto a Venezuela teve seus interesses voltados à Cuenca del Caribe, priorizando a relação com os países da Comunidad Andina, mas sobretudo com os EUA, a aproximação entre Argentina e Brasil se confunde com seus processos de redemocratização A democracia teria se constituído como uma “cláusula implícita” ao processo de integração bilateral entre os dois Estados desde a década de 198, passando pela formação do Mercosul, em 1991 Em 1998, ferramentas para lidar com rupturas democráticas em Estados-parte do bloco foram formalizadas por meio da assinatura do Protocolo de Ushuaia Com a eleição de Néstor Kirchner e Lula, na década seguinte, seus governos passaram a defender a superação do regionalismo aberto dos anos 199 em favor de uma proposta de integração que também privilegiasse a cooperação política e a justiça social Lançando mão de uma forte retórica anti-imperialista, Hugo Chávez, eleito em 1998, aproximou-se da Argentina e do Brasil e distanciou-se dos EUA e da CAN Longe de ser consensual, sua integração ao Mercosul, no entanto, só foi aprovada após o Protocolo de Ushuaia ter sido empregado para suspender o Paraguai, em 212 Em agosto de 217, durante os governos Macri e Temer, o mesmo documento fora utilizado para suspender a Venezuela Os dois mandatários, além das censuras ao chavismo, alinharam-se a outras iniciativas críticas às suas ações, como as do Grupo de Lima Parte-se da hipótese de que as culturas políticas de cada nação, em conjunto com outros vetores, desempenharam papéis fundamentais nesse processo, uma vez que o governo venezuelano gozou de considerável estima e de proximidade privilegiada desde o início dos governos progressistas de Néstor Kirchner (PJ) e Luís Inácio Lula da Silva (PT), no ano de 23, até o final do governo de Cristina Fernández de Kirchner (PJ) e do mandato interrompido de Dilma Rousseff (PT) Para levar a cabo essa investigação, recorre-se fundamentalmente a discursos, artigos e entrevistas dos presidentes e ministros das relações exteriores de cada país, além de protocolos e declarações produzidas por instituições integradas por eles Utilizam-se ainda as contribuições da História Política - sobretudo o conceito de Cultura Política, conforme empregado por Serge Berstein -, da História do Tempo Presente e da História Comparada e sua preocupação por buscar semelhanças, mas também distinçõesItem Estado de Sítio (1972) e os moinhos do adversário: uma análise histórica do filme de Costa-Gavras(2023-03-28) Chrominski, Diego; Aguiar, Carolina Amaral de; Ferreira, André Lopes; Kaminski, RosaneEsta dissertação se propõe a analisar o filme Estado de Sítio (1972) a partir de uma perspectiva histórica. Estado de Sítio é um longa-metragem de origem francesa que tem como temática principal o sequestro e a posterior execução de um funcionário da embaixada estadunidense no Uruguai por guerrilheiros de extrema-esquerda ligados ao Movimiento de Liberación Nacional – Tupamaros. O sequestro representado no filme dá conta de um evento real que ganhou os noticiários do mundo no ano de 1970. Lançado pouco mais de dois anos após o ocorrido, Estado de Sítio se configura como um potente objeto para que possamos compreender a representação da violência política do Cone Sul durante as décadas de 1960 e 1970 pelo cinema europeu desse período. Dirigido por Konstantin Costa-Gavras, realizador franco-grego conhecido pelos filmes de conteúdo político latente, Estado de Sítio aparece nessa dissertação como uma fonte para compreendermos melhor as alterações que vinham se fazendo perceber no campo político progressista tanto nas Américas como na Europa. Para atingir os objetivos de nossa dissertação, nos utilizamos de ferramentas de análise fílmica que levassem em conta a capacidade de o filme ser lido como uma fonte para conhecer o melhor o passado, conjugando seus códigos internos de funcionamento enquanto área da expressão artística com teorias no campo da História.Item Lentes ao horizonte: as representações de progresso em Guaraci-PR por Manoel Vieira de Lima(2023-03-27) Silva, Gustavo do Nascimento; Aguiar, Carolina Amaral de; Costa, Eduardo Augusto; Ivano, RogérioNesta dissertação temos como objetivo explorar as temáticas de identidade e memória a partir do uso da fotografia, tendo como foco o município de Guaraci-PR, com base no trabalho do fotógrafo Manoel Vieira de Lima. O fotógrafo foi responsável por registrar a evolução do município através de suas fotografias, capturando imagens estruturais como construções e pontes, que trataremos no primeiro capítulo desta produção, bem como cenas do cotidiano, como lojas e o cinema da cidade, analisadas no segundo capítulo. Além disso, suas fotografias incluíam retratos de famílias e indivíduos, que constituem importantes registros da história social e cultural de Guaraci, questão que verificaremos no terceiro capítulo. Com o referêncial teórico voltado para a análise de fotografias desde a História Social, tendo como cerne a análise teórica referente à memória, iremos analisar como essas representações fotograficas contribuem para a construção de um ideal de progresso e da memória coletiva do município, explorando o papel da imagem fotográfica como documento histórico e como forma de expressão artística. Além disso, buscaremos, como o auxílio da história oral, visualizar o trabalho do fotógrafo no imaginário local, entendendo a representatividade do indivíduo e por qual motivo a sua função se funde ao entendimento de evolução da localidade.Item O campo e a cidade na animação Memórias de ontem: representações e apropriações no Japão dos anos 1980 e 1990(2023-08-24) Quintino, Rodrigo Galo; André, Richard Gonçalves; Aguiar, Carolina Amaral de; Ishiki, Michiko OkanoApós um período de crescimento, os anos 1990 marcaram uma estagnação econômica no Japão, o que potencializou duas formas de pensamento: os revisionistas, que idealizavam uma sociedade pré-contato estadunidense, e os reformistas, que buscavam o estabelecimento de medidas neoliberais no país. Mesmo aparentemente antagônicas, as duas formas de pensamento se retroalimentavam. O presente texto de qualificação tem como objetivo analisar a animação Memórias de Ontem, lançada em 1991 sob a direção de Isao Takahata, suas representações e inserção no contexto supracitado. Utiliza-se como metodologia a análise fílmica atrelando as propostas de Vanoye e Goliot-Lete, David Bordwell e Kristin Thompson, bem como o paradigma indiciário de Carlo Ginzburg. Como principais aportes teóricos, mobiliza-se os conceitos de apropriação, estratégias e táticas segundo Michel de Certeau. Como discussões, identificou-se que Memórias de Ontem se apropria de elementos defendidos por revisionistas, principalmente no que diz respeito à idealização do campo e da vida rural, para agir taticamente criticando o modelo neoliberal, sobretudo no que tange às relações de trabalho e às políticas ambientais.Item O tempo entre experiências e expectativas: a animação Nausicaä do Vale do Vento, de Hayao Miyazaki (1986)(2024-08-23) Silva, Thereza Cristina de Oliveira e; André, Richard Gonçalves; Aguiar, Carolina Amaral de; Ishiki, Michiko OkanoEsta pesquisa investiga o filme Nausicaä do Vale do Vento (1984) a partir dos seguintes conceitos propostos por Reinhardt Koselleck: espaço de experiência, horizonte de expectativa e seus pares antitéticos (interno-externo, superior-inferior e anterior-posterior). O objetivo foi estudar a questão temporal do filme, com foco na década de sua realização (anos 1980), empregando as metodologias propostas por Marcos Napolitano e Francis Vanoye e Anne Goliot-Lété. Por meio da análise dos territórios e personagens que compõem o enredo, foi possível estabelecer correlações entre a animação e os seguintes aspectos: a tragédia de Minamata, que tornou o meio ambiente tóxico, devido ao descarte indevido de mercúrio no mar, e, desta, com a experiência atômica do Japão; os desdobramentos da Guerra Fria no país nipônico, que viveu o medo difuso de uma aniquilação nuclear e atuou de modo a viabilizar as guerras da Coreia e do Vietnã; e o papel das mulheres naquela sociedade, que se modificou na medida em que se processaram mudanças econômicas e políticas. Por fim, observou-se que o enredo opera elementos do passado para propor outras possibilidades de existência, construindo um elogio da coexistência entre os diferentes, sejam eles territórios, papéis hierárquicos, ou formas de vida