As startups e a produção de subjetividades de jovens empreendedores

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Barbosa, Milena de Lima

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Resumo

Resumo: A emergência histórica das startups data de 1957 nos Estados Unidos No Brasil, sua chegada ocorreu na década de 199, sendo essa atividade considerada empreendedora por economistas e pelo mercado Desde então, sua expansão foi expressiva Considerando o cenário do aumento do número dessas empresas, bem como as transformações sociais e subjetivas por elas precipitadas, as startups foram tomadas nesta pesquisa como um analisador do contemporâneo Por analisador entende-se a emergência de um acontecimento que evoca múltiplas compreensões do vivido e suscita possíveis mudanças Adotando o aporte teórico da Psicologia Social em diálogo com a Administração, Economia, Sociologia e Filosofia, o objetivo geral da pesquisa consistiu em compreender como sujeitos, grupos e instituições atribuem qualidades e sentidos a sua experiência de trabalho nas chamadas startups Como objetivos específicos foram elencados: 1) compreender a emergência histórica das startups, suas características, configurações e transformações geradas, 2) analisar as condições sociais e econômicas que possibilitaram a emergência e a disseminação das Startups neste momento histórico, 3) identificar os componentes de subjetivação presentes no discurso dos jovens empreendedores de startups e 4) compreender como esses componentes de subjetivação transformam a relação sujeito-trabalho-produção na contemporaneidade Para tanto, o método de pesquisa utilizado foi o qualitativo, recorrendo ao estudo de caso como estratégia Foram definidas como unidades de análise duas startups que atuam na cidade de Cornélio Procópio/PR, residentes em uma incubadora vinculada a uma Universidade Federal Como instrumentos para coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas e análise de documentos Os dados foram analisados com abordagem qualitativa, sistematizados e articulados ao referencial teórico a partir de três eixos: 1) a história e as características das startups, suas relações no ecossistema empreendedor e seus efeitos na economia de Cornélio Procópio; 2) as configurações de trabalho nas startups no contexto do capitalismo tardio e 3) a produção do sujeito empreendedor nas startups Como resultado, foi possível compreender algumas faces da startup como um analisador do contemporâneo pela dimensão idealizada das subjetividades empreendedoras, pela naturalização da intensificação do trabalho e do adoecimento dos trabalhadores, pela necessidade de vigilância e adesão aos valores do mercado e, por fim, pela adoção da especulação financeira como motor da economia A pesquisa concluiu que há uma instrumentalização capitalística de sujeitos, grupos e instituições pautada por componentes subjetivos que circulam e disseminam a adesão ao risco, a rapidez, a flexibilidade, a autoexploração, a busca por resultados e o alto desempenho

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Palavras-chave

Psicologia social, Startups, Subjetividade, Capitalismo, Trabalho, Social psychology, Startups, Subjectivity, Capitalism, Labor

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