Uma sangria em performance: a reescrita da história do Brasil pela poética feminista decolonial do Slam

dc.contributor.advisorLeite, Suely
dc.contributor.authorRosa, Érica Alessandra Paiva
dc.contributor.bancaPeregrino, Miriane da Costa
dc.contributor.bancaMarins, Liliam Cristina
dc.contributor.bancaGodoy, Maria Carolina de
dc.contributor.bancaVieira, Miguel Heitor Braga
dc.coverage.extent299 p.
dc.coverage.spatialLondrina - PR
dc.date.accessioned2025-10-06T19:15:37Z
dc.date.available2025-10-06T19:15:37Z
dc.date.issued2025-07-30
dc.description.abstractNesta pesquisa, analiso um recorte da poesia produzida por mulheres e pessoas não binárias no circuito brasileiro de slams (campeonatos de poesia falada), com interesse pela tematização da violência de gênero e pela proposta de reescrita da história do Brasil. Para demonstrar que tal proposta é elaborada de forma coletiva no cenário, realizo leituras dos poemas A menina que nasceu sem cor (2019), de Midria, Era uma vez um país conservador (2019), de Bell Puã, e da obra Sangria (2017), de Luiza Romão, essa última reescreve a história do Brasil pela perspectiva de um útero, colocando o corpo feminino como narrador dos fatos em 28 poemas e 28 fotos. A poética do slam denuncia a atuação da colonialidade na constituição da sociedade brasileira e demonstra como as violências se atualizam assumindo outras dinâmicas, mas sempre com o objetivo de manter o controle do poder nas mãos do patriarcado opressor. Portanto, muitos poemas refletem sobre as relações de dominação, de resistência e de re-existência, bem como sobre a influência da colonialidade na representação das mulheres e em nossos processos de construção identitária. Discuto a presença de posicionamentos decoloniais no movimento de slams e identifico a expressão de uma estética literária regida por elementos que a caracterizam uma literatura feminista decolonial, como o contexto de produção de conhecimentos localizados expressos em uma poesia popular, composta pela subjetividade, experiência, corpo e identidade de quem escreve. Essa poesia aborda temas urgentes às mulheres brasileiras que são expressos pela violência da palavra. Na investigação, também contemplo o contexto de desenvolvimento do slam no Brasil com as elaborações de D’Alva (2011, 2014, 2022, 2019), Freitas, Peregrino e Patrocínio (2022, 2023) e Romão (2023), além da relação do movimento com a construção identitária da juventude, considerando os assuntos dos poemas e a expectativa do público a partir de Somers-Willett (2009, 2022) e Ferrara (2020). Já Moraes e Silva (2021), bem como, Pimentel, Souza e Costa (2023) auxiliam na análise sobre as relações entre o slam, a crítica e as dinâmicas de poder do campo literário. Questões relacionadas à poesia, à oralidade e à performance são discutidas a partir de Zumthor (1997, 2005) e de Aguilar e Cámara (2017). Leone (2014) colabora nas reflexões sobre a produção poética em contextos de coletividade e afetividade. Discuto as relações entre o slam e a literatura marginal no Brasil com as contribuições de Ferréz (2005) e de Nascimento (2009). Também delineio um panorama sobre a publicação no cenário do slam e o alcance de sua poética a espaços de legitimação literária. A colonialidade e a decolonialidade são abordadas a partir de Mignolo (2017), Restrepo e Rojas (2010), Maldonado-Torres (2007) e Quijano (2000, 2002). Já o feminismo decolonial é pensado com Lugones (2008, 2014), Curiel (2017, 2020), Vergès (2017, 2020) e Gomes (2018). Assim, a pesquisa contempla reflexões sobre uma poética feminista decolonial que relê, revisa e reescreve a história do Brasil, comprometida com um projeto político de liberdade e de justiça.
dc.description.abstractother1This study analyzes a selection of poetry produced by women and non-binary individuals within the Brazilian slam scene (spoken word poetry competitions), focusing on the themes of gender-based violence and the proposal to rewrite Brazilian history. To demonstrate that this rewriting is a collective project within the slam context, I examine the poems A menina que nasceu sem cor (2019) by Midria, Era uma vez um país conservador (2019) by Bell Puã, and Sangria (2017) by Luiza Romão. The latter reconstructs Brazilian history from the perspective of a uterus, positioning the female body as the narrator of events across 28 poems and 28 photographs. Slam poetry denounces the role of coloniality in shaping Brazilian society and reveals how forms of violence evolve into new dynamics while remaining committed to keeping power in the hands of the oppressive patriarchy. Consequently, many poems reflect on relationships of domination, resistance, and re-existence, as well as on the influence of coloniality on the representation of women and on our identity formation processes. This research discusses the presence of decolonial stances in the slam movement and identifies a literary aesthetic shaped by elements that characterize it as decolonial feminist literature. These include the localized production of knowledge expressed through popular poetry grounded in the subjectivity, experience, body, and identity of its writers. This poetic form addresses urgent issues faced by Brazilian women, articulated through the force of language. The study also considers the development of slam in Brazil, engaging with the works of D’Alva (2011, 2014, 2019, 2022), Freitas, Peregrino, and Patrocínio (2022, 2023), and Romão (2023), and examines the relationship between the movement and youth identity construction, drawing on Somers-Willett (2009, 2022) and Ferrara (2020). The contributions of Moraes e Silva (2021) and Pimentel, Souza, and Costa (2023) inform the analysis of slam in relation to literary criticism and power dynamics within the literary field. Issues related to poetry, orality, and performance are discussed with reference to Zumthor (1997, 2005) and Aguilar and Cámara (2017), while Leone (2014) contributes to reflections on poetic production within contexts of collectivity and affectivity. The connections between slam and marginal literature in Brazil are explored through Ferréz (2005) and Nascimento (2009). I also outline the current landscape of slam publication and the extent to which its poetics reach spaces of literary legitimation. Theoretical discussions of coloniality and decoloniality draw on Mignolo (2017), Restrepo and Rojas (2010), Maldonado-Torres (2007), and Quijano (2000, 2002), while decolonial feminism is considered through the works of Lugones (2008, 2014), Curiel (2017, 2020), Vergès (2017, 2020), and Gomes (2018). Thus, this research engages with a decolonial feminist poetics that reinterprets, revises, and rewrites Brazilian history, committed to a political project of freedom and justice.
dc.identifier.urihttps://repositorio.uel.br/handle/123456789/18961
dc.language.isopor
dc.relation.departamentCLCH - Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas
dc.relation.institutionnameUniversidade Estadual de Londrina - UEL
dc.relation.ppgnamePrograma de Pós-Graduação em Letras
dc.subjectCampeonatos de poesia falada
dc.subjectColonialidade
dc.subjectViolência de gênero
dc.subjectLiteratura marginal
dc.subjectHistória do Brasil
dc.subjectMulher
dc.subjectSlam
dc.subjectPoesia
dc.subjectFeminismo decolonial
dc.subjectBrasil
dc.subject.capesLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.cnpqLingüística, Letras e Artes - Letras
dc.subject.keywordsPoetry slams
dc.subject.keywordsColoniality
dc.subject.keywordsGender violence
dc.subject.keywordsMarginal literature
dc.subject.keywordsHistory of Brazil
dc.subject.keywordsWoman
dc.subject.keywordsSlam
dc.subject.keywordsPoetry
dc.subject.keywordsDecolonial feminism
dc.subject.keywordsBrazil
dc.titleUma sangria em performance: a reescrita da história do Brasil pela poética feminista decolonial do Slam
dc.title.alternativeA bleeding in performance: the rewriting Brazilian history through the decolonial feminist poetics of Slam
dc.typeTese
dcterms.educationLevelDoutorado
dcterms.provenanceCentro de Letras e Ciências Humanas

Arquivos

Pacote Original
Agora exibindo 1 - 2 de 2
Carregando...
Imagem de Miniatura
Nome:
LA_LET_Dr_2025_Rosa_Érica_AP.pdf
Tamanho:
7.51 MB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Texto completo. ID: 194094
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
LA_LET_Dr_2025_Rosa_Érica_AP_TERMO.pdf
Tamanho:
162.84 KB
Formato:
Adobe Portable Document Format
Descrição:
Termo de autorização
Licença do Pacote
Agora exibindo 1 - 1 de 1
Nenhuma Miniatura disponível
Nome:
license.txt
Tamanho:
555 B
Formato:
Item-specific license agreed to upon submission
Descrição: