Caminhos da institucionalização na atenção psicossocial infantojuvenil
Data
2023-02-13
Autores
Dantas, Thaíse Rosseli Moreira
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Resumo
A presente pesquisa buscou investigar como se desenvolvem, atualmente, os processos de institucionalização do público infantojuvenil assistido por um serviço substitutivo de saúde mental. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa e objetivo exploratório e descritivo. Quanto aos procedimentos técnicos e instrumentos de coleta de dados, caracteriza-se como pesquisa documental, uma vez que se dedica a explorar os registros que compõem os prontuários de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil. Foram analisados os prontuários de dois usuários encaminhados para internação psiquiátrica em determinado momento da assistência ofertada, sendo utilizado como critério para escolha do primeiro caso o maior número de encaminhamentos para internação psiquiátrica (com um deles tendo ocorrido entre os anos de 2018 e 2019), assim como para o segundo, contudo, aliado ao critério de exclusão de que se tratasse de usuário com sexo, idade e diagnóstico distinto do primeiro caso selecionado. De maneira complementar à análise dos prontuários, foram utilizados os demais documentos do serviço, como protocolos, atas de reuniões e autos processuais presentes em seus arquivos. Os casos foram apresentados de modo a tensionar as narrativas dos documentos oficiais, buscando lançar um outro olhar sobre esses discursos a partir da análise dos resultados, os quais foram discutidos com base no referencial teórico de Michel Foucault e de autores da Reforma Psiquiátrica. Foram definidas duas categorias analíticas: "a tríade da institucionalização infantojuvenil na atualidade" e "a díade psi-jurídica no controle de trajetórias". Na primeira, foram identificadas três instituições presentes no percurso assistencial dos casos estudados (hospital psiquiátrico, centro socioeducativo e acolhimento institucional) e problematizado o circuito pelo qual essas instituições operam. Em seguida, foi procedido com um debate acerca do saber-poder envolvido na operacionalização desse circuito, caracterizado por alianças e disputas entre os campos psi e jurídico. Por fim, foram discutidas as possibilidades de efetivação da atenção psicossocial nesse contexto, a partir da defesa de uma clínica do território, com suas implicações históricas e políticas. Aponta-se para a importância de se avaliar o trabalho desenvolvido no âmbito da atenção psicossocial na contemporaneidade. Conclui-se que se faz necessário um investimento financeiro no plano macropolítico e, em contrapartida, um investimento afetivo no plano micropolítico, como forma de resistência aos processos de precarização das políticas públicas e da vida de modo geral. Vislumbra-se, dessa forma, transformar o poder sobre a vida em potência de vida por meio de práticas criativas e insurgentes
Descrição
Palavras-chave
Juventude, Psicologia, Saúde Mental Comunitária, Saúde Pública