Eficácia das ações defensivas em atletas de uma equipe profissional de futsal : fatores contextuais, circunstanciais e influência da percepção de bem-estar

Data

2023-05-13

Autores

Souza, Eberton Alves

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Resumo

A eficácia das ações defensivas no futsal é definida como a capacidade de impedir ou dificultar ações ofensivas que possibilitem finalizações e gols da equipe adversária. O estado de bem-estar entre partidas, o estresse físico e emocional do jogador durante o jogo e variáveis contextuais e circunstanciais, podem, potencialmente, alterar seu desempenho físico e técnico-tático, reduzindo a eficácia defensiva individual e coletiva. O objetivo deste estudo foi avaliar a eficácia das ações defensivas em atletas de futsal, em competições oficiais, sob a influência dos fatores contextuais, circunstanciais e da percepção de bem-estar. Foram avaliados 16 jogadores de futsal, profissionais e de categoria adulta, pertencentes a uma equipe profissional participante da Liga Nacional de Futsal, na temporada de 2022. Os atletas foram monitorados durante 21 jogos da primeira fase da competição. O questionário de bem-estar de McLean foi aplicado aos atletas, nos dois dias antecedentes aos jogos e no dia de jogo para avaliar a percepção média de dor muscular, fadiga, humor, qualidade de sono e estresse dos jogadores individualmente e das linhas defensivas. Os jogos foram filmados e as imagens foram utilizadas para análise de ações defensivas (desarmes, bloqueios, roubadas de bola, erros de passes dos adversários, coberturas, antecipações e interceptações) que resultaram na interrupção do ataque adversário. As situações contextuais incluíram os dias de intervalo entre os jogos, deslocamentos da viagem (km) entre jogos, local do jogo (mandatário ou visitante) e classificação do adversário no campeonato. As variáveis circunstanciais incluíram o tempo de jogo, tipo de contra-ataque, situação do início da jogada, local de início e fim da jogada, tipo ação defensiva e fim de jogada. A eficácia da jogada foi tabulada como ações que resultaram em sucesso da ação defensiva, finalizações do adversário e defesas do goleiro. Diferenças entre as variáveis foram determinadas por meio de testes t de Student e ANOVA one-way com post hoc de Bonferroni (dados paramétricos), ou teste de Kruskal-Wallis com post hoc de Dunn (dados não paramétricos). Os dados categóricos foram avaliados por meio do teste de Qui quadrado com correção de Yates e determinação de risco relativo com intervalo de confiança de 95%. A associação multifatorial do desfecho do jogo e eficácia defensiva foram determinados por análise de regressão linear multivariada ou regressão logística multivariada. Diferenças foram consideradas significantes se p<0,05. Os resultados do projeto são apresentados em dois estudos. A frequência de jogadas defensivas com sucesso foi maior nos jogos com vitória (p = 0,002) e em jogos como mandatários (p<0,05). A menor frequência de desarmes nos empates aumentou em 9% o risco relativo (RR) de derrotas (RR=1,09; IC95%=1,01 a 1,18) e reduziu em 38% o RR de vitórias (RR=0,62; IC95% = 0,42 a 0,91). A frequência de bloqueios foi 1,37 vezes maior nos jogos com vitórias em relação às derrotas (RR=1,37; IC95%=1,10 a 1,65). A marcação pressão foi maior nas jogadas de sucesso (p=0,0001). As diferentes situações de contra-ataque (p<0,0001) e goleiro linha (p<0,0001) aumentaram as falhas de defesa. As falhas de defesa apresentaram associação com o escanteio (p<0,0001) e cobranças de faltas (p<0,0001) e o sucesso com as jogadas sem contra-ataque (p<0,001) e iniciadas na quadra ofensiva (p<0,001). A efetividade de defesa do goleiro diminuiu no segundo tempo (p<0,001) e quando a finalização ocorreu na quarta linha defensiva (p<0,01). O bem-estar dos jogadores que formaram a linha defensiva não foi estatisticamente diferente entre aquelas linhas que tiveram êxito ou falharam nas jogadas defensivas. No entanto, a mediana do nível de bem-estar dos atletas que realizaram a ação defensiva foi inferior, 3,4 [3,0 a 3,9] unidades arbitrárias, em comparação com os demais jogadores da linha que não realizaram a ação defensiva (p<0,0001; 3,6 [3,4 a 3,7]). Os jogadores em linha defensiva tiveram níveis de bem-estar mais altos em jogos com derrota (p<0,05) e como mandatários (p<0,05). Os fatores associados com o nível de bem-estar foram a maior distância entre locais de jogo (p<0,0001), classificação superior do adversário (p<0,0001), e a posição de jogador (p<0,0001). As análises por posição indicaram que os jogadores de ala direita tiveram maior sucesso em ações defensivas (p<0,0001), e menor bem-estar em comparação com outras posições (p<,0001). Concluímos as jogadas de bola parada e contra-ataque, com menor número de passes e tempo de posse de bola adversária, e que se aproximam da quarta linha defensiva são de maior risco de falhas de defesa. O melhor nível bem-estar da linha defensiva não aumentou eficácia da ação defensiva, mas o jogador que apresentou nível de bem-estar inferior a mediana dos jogadores em linha realizou as ações defensivas com maior risco de sucesso.

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Palavras-chave

Esportes coletivos, Fadiga, Desempenho atlético, Sono, Educação física, Futsal, Fadiga muscular, Desempenho físico, Goleiros de futsal

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