Metaficção historiografica Em que farei com este livro? de José Saramargo

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Silva, Cínthia Renata Gatto

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Resumo

Resumo: Este trabalho propõe a análise da peça Que farei com este livro?, segunda incursão do escritor José Saramago no gênero dramático sob o viés da metaficção historiográfica com o objetivo de traçar diretrizes norteadoras em relação ao chamado “novo drama histórico” Ainda pouco estudados, os textos dramáticos de José Saramago, assim como os restantes de sua produção privilegiam as relações entre história e ficção, proporcionando ao leitor/espectador um modo diferente de olhar o que a história deixou registrado A história passa a ser compreendida como um construto humano, apenas “uma” verdade e não “a” verdade Nessa perspectiva, não mais cabe a pergunta “qual a história”, pois a questão passa a ser “de quem é a história que se conta” Em Que farei com este livro? Saramago retorna à época em que Camões regressa da Índia após dezessete anos de exílio e negocia com a Inquisição e Corte de Lisboa apublicação da maior epopéia portuguesa de todos os tempos José Saramago retoma esse momento para traçar um paralelo entre a velhice desiludida de Camões e a dissolução da pátria portuguesa, às vésperas do desastre de Alcácer-Quibir Contudo, a peça não intenciona apenas resgatar a trajetória de Camões; é, antes de tudo, um exercício crítico em relação à produção e recepção da literatura em sociedade, que atinge a contemporaneidade, e desse ponto de vista, a peça é metaliterária A metaliteratura se manifesta de diferentes maneiras, seja através da intertextualidade com textos históricos e literários, seja através da discussão que atinge o presente acerca da situação da arte nas relações sociais de qualquer época Discute-se, privilegiando a realidade brasileira, os temas trazidos pela peça: a relação do escritor com o poder, mercado e público, que terminam por ser elementos constitutivos da literatura

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Palavras-chave

Teatro português, Ficção portuguesa, Portuguese drama, Portuguese fiction, Saramargo Joseph - 19222010 - Criticism and interpretation

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