O bullying entre estudantes adolescentes e sua relação com a corporeidade e respeito : um estudo à luz da epistemologia genética

Data

2023-03-22

Autores

Almeida, Sérgio Luís Evangelista de

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Resumo

A corporeidade e as “representações de si” constituem tema importante na Educação, na Educação Física e nas demais áreas que estudam o desenvolvimento humano. Na adolescência, recorte temporal analisado nesta pesquisa, práticas pedagógicas que valorizam o projeto de construção de identidade, valores e autonomia tornam-se fundamentais. A partir do referencial teórico da epistemologia genética, as seguintes questões nortearam o estudo: Qual a frequência de autores e de vítimas no contexto de estudantes adolescentes matriculados do sexto ao nono ano de uma escola estadual na cidade brasileira de Curitiba-Pr? Como as subcategorias vítimas e autores se relacionam aos conceitos de corporeidade e de respeito? Objetivou analisar a frequência de bullying entre estudantes matriculados nos anos finais do Ensino Fundamental de uma escola estadual de Curitiba – Paraná – Brasil, identificando vítimas e autores e discutir o fenômeno com base nos conceitos de corporeidade e de respeito. A pesquisa definiu-se como quantitativa, de caráter exploratório descritivo e teve como participantes, 254 estudantes distribuídos em quinze turmas. Foi aplicada a escala de avaliação de bullying escolar (EAB-E), de tipo Likert (pontuando de 0 a 2), composta por 47 questões que, de 01 a 22, investigam a frequência de vítimas e de 23 a 47 a frequência de autores. Como principais resultados da pesquisa foi evidenciado que 21,7% (N=55) categorizadas como: vítimas e destas, 16,1% (N=41) autodeclaradas femininas e 5,5% (N=14) masculinos, sendo que o número feminino foi superior ao masculino. Quando se consideraram os autores, ocorreu uma inversão, 1,6% (N=4) se declararam femininas e 2,8% (N=7), masculinos. Também se observou a relação entre as categorias corporeidade e respeito (de si e do outro). Os números encontrados evidenciaram tensão nas relações entre meninos e meninas na ausência do respeito, com a predominância das vítimas do sexo feminino, embora também meninos se encontrem na mesma condição de sofrimento. A frequência indica que há impotência, insegurança, sensação de não pertencimento versus uso da força física e psicológica, revelando que a vítima reforça, pela ausência de enfrentamento, a imposição do outro e se vê, por fim, encurralada e indefesa frente aos ataques do autor. Discutiu-se que o bullying na adolescência tem seus efeitos nocivos potencializados pela transformação do corpo, construção da identidade e necessidade de aprovação social do adolescente na relação com a corporeidade (perceber que é um corpo e não apenas que possui um corpo). As relações de respeito pelo outro e por si são análogas e ambas construídas na relação sociomoral recíproca – respeito mútuo e estas discussões são pertinentes à Educação Física que, em uma proposta de desenvolvimento de valores sociomorais, pode favorecer o enfrentamento do bullying nas relações entre escolares.

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Palavras-chave

Corporeidade, Bullying, Respeito, Epistemologia genética, Educação, Educação física, Desenvolvimento humano, Adolescência, Práticas pedagógicas, Identidade

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