Riqueza, abundância e microhabitat de aves papa-formigas (Thamnophilidae) em remanescentes florestais da bacia hidrográfica do rio Tibagi, sul do Brasil

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Lopes, Edson Varga

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Resumo

Resumo: O objetivo deste estudo foi investigar a riqueza, a abundância e o uso do habitat de aves da família Thamnophilidae em remanescentes florestais ao longo do gradiente altitudinal da bacia hidrográfica do rio Tibagi (BHT) Quatro áreas foram selecionadas: 1) no baixo Tibagi (B1, 55 m, Floresta Estacional Semidecídua); 2) no médio Tibagi (M1, 8 m, transição entre o alto e o baixo Tibagi); e no alto Tibagi 3) (A1, 1 m, Floresta Ombrófila Mista); e 4) (A2, 92 m, floresta Ombrófila Mista) Em cada área foram estabelecidas duas trilhas de 1 m de comprimento para caracterização da vegetação, com base em 14 variáveis ambientais, do microhabitat com base em 13 variáveis e da abundância das espécies, através do método de pontos de escuta Também foi registrada a distribuição vertical, a velocidade média de forrageio e o substrato explorado pela ave Para análise dos dados quantitativos foi utilizada análise de variância (ANOVA unifatorial/Teste de Tukey), Kruskal-Wallis/ANOVA e o teste G com fator de correção (Gadj) Dados semiquantitativos e de abundância foram sumarizados através da Análise dos Componentes Principais (ACP) e Análise de Correspondência Destendenciada ou com remoção de efeito de arco (ACD) respectivamente O Índice de Similaridade de Sørensen foi aplicado para testar a semelhança qualitativa e quantitativa entre as áreas Árvores menores de 3 cm de circunferência a altura do peito (CAP) (Kruskal-Wallis/ANOVA = 141, 4; gl = 3 p < ,1) e maiores que 1 cm de CAP (Kruskal-Wallis/ANOVA = 43, 3; gl = 3 p < ,1) foram menos abundantes em M1 que nas outras áreas O eixo 1 da ACP da caracterização da vegetação (auto-valor = 2,68) explicou 38,36% da variância O eixo 2 (auto-valor = 1,2) explicou 17,18% da variância Esta ACP tendeu a separar M1, com estrato inferior mais denso, e B1, com estratos superiores mais densos A1 e A2 se agruparam mais próximos de B1, influenciadas pela densidade dos estratos médio e superior O eixo 1 da ACP para as espécies em B1 (auto-valor = 3,1) explicou 38,75% da variância e o eixo 2 (auto-valor = 1,31) explicou 16,35% Em M1 o eixo 1 auto-valor = 3,4) explicou 37,72% da variância e o eixo 2 (auto-valor = 1,25) explicou 13,91% Nos dois casos houve uma tendência, mais marcante em B1, de separação das espécies de estrato inferior daquelas dos estratos superiores O substrato preferencial de todas as espécies em B1 foi emaranhados de cipó Em M1, apenas Herpslochmus rufimarginatus foi registrado preferencialmente neste substrato enquanto Drymophila rubricollis foi registrada 1% em bambu Em A1, Thamnophilus caerulescens foi registrado em emaranhados de cipó e folhagem, em proporções semelhantes, enquanto Dysithamnus mentalis foi registrado preferencialmente em folhagem Em A2, T caerulescens foi registrado quase exclusivamente em folhagem, enquanto D mentalis selecionou vários tipos de substrato Com relação a distribuição vertical das espécies, H rufimarginatus selecionou locais em média mais altos que todas as outras espécies (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1), enquanto Pyriglena leucoptera, Mackenziaena severa e D rubricollis selecionaram os locais em média mais baixos na vegetação (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1) A velocidade média de forrageio de H rufimarginatus foi, em média, mais lenta que todas as outras espécies (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1), enquanto a velocidade média de forrageio de P leucoptera foi, em média, maior que as outras espécies, com exceção de Hypoedaleus guttatus e D rubricollis (ANOVA/Teste de Tukey p < ,5) O número de espécies registrado em cada área (6 em B1, 7 em M1, 6 em A1 e 4 em A2; 9 no total) foi semelhante (teste Gadj = ,8; gl = 3; p > ,1) Apenas duas espécies ocorreram nas quatro áreas Duas espécies foram exclusivas de B1, enquanto três outras não foram registradas nesta área Considerando as espécies em conjunto, o número médio de contatos por amostragem e a abundância total em B1 foi superior ao registrado nas outras áreas (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1) O eixo 1 da ACD da abundância das espécies teve autovalor = ,56 e separou B1 das outras três áreas (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1) O 2º eixo teve auto-valor = ,23 e agrupou parcialmente M1 e A1 (ANOVA/Teste de Tukey p < ,1) A menor similaridade qualitativa (Cs = ,4) ocorreu entre B1 e A2 e a quantitativa (CN = ,67) entre B1 e A1 Os maiores valores de similaridade foram encontrados entre M1 e A1 (Cs = ,92) e A1 e A2 (CN = ,96) A substituição de espécies que ocorre ao longo da BHT indica que, em termos de conservação, cada uma das três regiões (alto, médio e baixo Tibagi) necessita de áreas de referência distintas

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Palavras-chave

Ave, Ecologia, Ecologia animal, Ecologia florestal, Zoologia, Forest ecology

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