Adaptação, criação e juventude : diálogos entre práticas de letramento escolar e não escolar

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Martins Neto, Irando Alves

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Resumo

Resumo: Embasado em uma perspectiva sociocultural de letramento (STREET, 214; BARTON & HAMILTON, 2), este estudo de caso de orientação etnográfica objetiva compreender de que forma práticas de letramento desenvolvidas por estudantes do Ensino Médio de uma escola pública em aulas de Língua Portuguesa dialogam com práticas de letramento que esses estudantes desenvolvem em contexto não escolar Os dados foram coletados/gerados mediante utilização dos seguintes instrumentos: observação de aulas, observação de interação dos estudantes em redes sociais digitais, análise de material didático, entrevistas informais e questionários A pesquisa evidenciou dois modelos de letramento escolar Os “letramentos de adaptação” estão vinculados ao propósito da escola de promover a mobilidade social mediante a aquisição/adaptação dos/aos modelos escolares de leitura e escrita Já os “letramentos de criação” manifestam-se nos usos da leitura e da escrita que abrem possibilidade para que os estudantes se posicionem enunciativa e identitariamente e produzam textos com indícios de autoria Fora da escola, constatou-se que os participantes optam por ler/escrever em suportes digitais Tais práticas, nesta tese nomeadas de “letramentos juvenis”, estão ligadas aos posicionamentos identitários que os jovens estudantes assumem nas redes sociais digitais, além de revelarem a (re)produção de textos vinculados a discursos dominantes, como os que estabelecem uma relação de causa e consequência entre escolarização e mobilidade social Ao traçar um paralelo entre os letramentos escolares e os não escolares, os resultados apresentam semelhanças e diferenças no que se refere principalmente à/ao: presença de discursos dominantes pautados por conceitos como superação, desempenho e meritocracia; aceitação/silenciamento de posicionamentos de identidade dos jovens estudantes; utilização de variedade linguística socialmente prestigiada/não prestigiada; criação/reprodução de textos Como conclusão, argumenta-se a favor de uma escola que minimize as “divisas culturais” entre os saberes escolares e não escolares, e considere o desenvolvimento de “zonas culturais híbridas”, não apenas reconhecendo a existência de diferentes letramentos, mas também ensinando, criticamente, essas diferenças

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Palavras-chave

Língua portuguesa, Estudo e ensino, Educação, Efeito das inovações tecnológicas, Juventude, Portuguese language, Education - Brazil, Youth, Study and teaching

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