As paisagens e as “cousas das partes do oriente” em Machado de Assis
dc.contributor.advisor | Alves, Regina Célia dos Santos | |
dc.contributor.author | Santos, Cíntia Machado | |
dc.contributor.banca | Santos, Adilson dos | |
dc.contributor.banca | Wolff, Ana Cristina Fernandes Pereira | |
dc.contributor.banca | Simon, Luíz Carlos Santos | |
dc.contributor.banca | Mello, Maria Elizabeth Chaves de | |
dc.coverage.extent | 112 p. | |
dc.coverage.spatial | Londrina | |
dc.date.accessioned | 2024-11-05T17:11:51Z | |
dc.date.available | 2024-11-05T17:11:51Z | |
dc.date.issued | 2022-05-04 | |
dc.description.abstract | Este trabalho tem por objeto investigar a presença do Oriente na prosa de ficção de Machado de Assis, um problema "ainda virgem na crítica deste autor", para tomar de empréstimo as palavras de Jean-Michel Massa (2000, p. 30). O Oriente machadiano figura em suas crônicas e contos como expediente para dissertar sobre a realidade brasileira, em consonância com a tese defendida pelo escritor no ensaio “Instinto de Nacionalidade” (1873), de que seja possível ao escritor tratar das coisas do seu país e época, ainda quando fale “de assuntos remotos no tempo e no espaço” (CL, 1962, p. 135). Em oposição ao modelo hegemônico que interpreta a paisagem como uma substância (ousia) que é pura exterioridade, a paisagem machadiana segue uma “lógica predicativa”, atrelada às ideias de representação e de uma relação suplementar entre o sujeito e o mundo, operando de forma a ressaltar semelhanças entre realidades opostas e revelar conexões entre elementos dicotômicos. Portanto, como contraponto da figuração idealizada da paisagem e do brasileiro "típicos”, tidos como ícones da representação nacional e de uma literatura genuinamente brasileira, esta “paisagem do Oriente” na ficção do autor vigorará como mecanismo para a contestação do exotismo romântico, do detalhismo e cientificismo naturalistas e das teses do racismo científico. Nestes termos, estruturado em três capítulos, este trabalho volta-se primeiramente para o percurso histórico que leva à instituição da paisagem e do indígena como símbolos brasileiros, recuperando, ainda, a fortuna crítica sobre a paisagem machadiana. O segundo capítulo intenta delinear, a partir da crítica literária e da ficção do escritor, a concepção de machadiana de paisagem e sua censura às estéticas hegemônicas de sua época, particularmente o exotismo tematizado no retrato oriental dos contos “Luís Soares” e “A chinela turca”. Por fim, o terceiro capítulo parte da ideia de uma geografia imaginativa, de Edward Said, para fundamentar o percurso de classificação do brasileiro entre os povos “exóticos” e a atribuição de sentido primitivo e selvagem à paisagem tropical brasileira no discurso europeu, tal qual o desenho do Oriente associado ao orientalismo, elencando os problemas associados a este paradigma sob a ótica machadiana a partir da leitura de suas crônicas e contos, apresentando os artifícios da “paisagem oriental” de Machado de Assis como dispositivo retórico para discorrer sobre as questões brasileiras e promover a literatura do país: a representação de paisagens quiméricas, do flâneur, o intertexto, entre outros recursos que, somados a alusões à geografia e outras “cousas” orientais corroboram a construção deste Oriente, estranhamente “brasileiro”, na obra do escritor. | |
dc.description.abstractother1 | This work aims to investigate the presence of the East in Machado de Assis' fictional prose, a problem "still virgin in this author's criticism", to borrow the words of Jean-Michel Massa (2000, p. 30). The Machadian East appears in his chronicles and short stories as an expedient to discuss the Brazilian reality, in line with the thesis defended by the writer in the essay “Instinto de Nacionalidade” (1873), that it is possible for the writer to deal with the things of his country and time, even when talking about “remote subjects in time and space” (CL, 1962, p. 135). In opposition to the hegemonic model that interprets the landscape as a substance (ousia) that is pure exteriority, Machado’s landscape follows a “predicative logic”, linked to the ideas of representation and of a supplementary relationship between the subject and the world, operating in a different way. to highlight similarities and opposite realities and reveal connections between dichotomous elements. Therefore, as a counterpoint to the idealized figuration of the "typical" landscape and Brazilian, seen as icons of national representation and of a genuinely Brazilian literature, this "landscape of the East" in the author's fiction will remain in force as a mechanism for the contestation of romantic exoticism, of the naturalistic detail and scientism and the theses of scientific racism. In these terms, structured in three chapters, this work first turns to the historical path that leads to the institution of the landscape and the indigenous as Brazilian symbols, also recovering the critical fortune on the Machadian landscape. The second chapter attempts to delineate, from the literary criticism and fiction of the writer, Machadian’s conception of landscape and her censorship of the hegemonic aesthetics of her time, particularly the exoticism thematized in the oriental portrait of the short stories “Luís Soares” and “A chinela Turkish”. Finally, the third chapter starts from the idea of an imaginative geography, by Edward Said, to support the way of classifying the Brazilian among the “exotic” peoples and the attribution of a primitive and wild meaning to the Brazilian tropical landscape in the European discourse, just like the design of the Orient associated with orientalism, listing the problems associated with this paradigm from the Machado's perspective from the reading of his chronicles and short stories, presenting the artifices of Machado de Assis's "oriental landscape" as a rhetorical device to discuss Brazilian issues and promote the country's literature: the representation of chimerical landscapes, the flâneur, the intertext, among other resources that, added to allusions to geography and other oriental "things", corroborate the construction of this Orient, strangely "Brazilian", in the writer's work. | |
dc.identifier.uri | https://repositorio.uel.br/handle/123456789/18397 | |
dc.language.iso | por | |
dc.relation.departament | CLCH - Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas | |
dc.relation.institutionname | Universidade Estadual de Londrina - UEL | |
dc.relation.ppgname | Programa de Pós-Graduação em Letras | |
dc.subject | Machado de Assis | |
dc.subject | Paisagens do Oriente | |
dc.subject | Nacionalidade | |
dc.subject | Literatura brasileira | |
dc.subject.capes | Lingüística, Letras e Artes - Letras | |
dc.subject.cnpq | Lingüística, Letras e Artes - Letras | |
dc.subject.keywords | Machado de Assis | |
dc.subject.keywords | Landscapes of the East | |
dc.subject.keywords | Nationality | |
dc.subject.keywords | Brazilian literature | |
dc.title | As paisagens e as “cousas das partes do oriente” em Machado de Assis | |
dc.title.alternative | Landscapes and “things from the parts of East” in Machado de Assis | |
dc.type | Tese | |
dcterms.educationLevel | Doutorado | |
dcterms.provenance | Centro de Letras e Ciências Humanas |
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