Presença do selecionismo Skinneriano nos estudos de criatividade em análise do comportamento
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Martins, Felipe Boldo
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Resumo: A criatividade é tradicionalmente entendida de maneira pré-científica ou internalista Diferentemente, Skinner argumenta que a criatividade pode ser explicada pautando-se nos princípios de uma ciência do comportamento, atendendo aos objetivos de previsão e controle Todavia, tal concepção parece retirar o caráter de originalidade da criatividade: uma vez identificadas suas causas, o comportamento criativo poderia ser previsto deixando de ser original Skinner enfrentou esse paradoxo com a influência do pensamento darwinista na discussão da criatividade, o que ficou conhecido como selecionismo, referindo-se a um novo modelo de explicação que rompe com o mecanicismo e o internalismo mentalista, aludindo à teoria da evolução pela seleção natural Em uma explicação selecionista, o comportamento humano é um produto da inter-relação probabilística entre três histórias de variação e seleção (filogênese, ontogênese e cultura), no âmbito das quais o comportamento se origina e evolui por meio da seleção de variações ao longo do tempo Considerando essas características, o objetivo desta pesquisa foi avaliar se, assim como Skinner, os estudos analítico-comportamentais estavam se valendo de uma explicação selecionista da criatividade Para tanto, realizou-se uma pesquisa bibliográfica cujas fontes foram 32 artigos recuperados nas bases de dados PsycINFO, IndexPsi e Scielo, e no número “Especial Criatividade” da Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva O procedimento de seleção das fontes compreendeu: (i) definição de palavras-chave para busca nas bases de dados; (ii) definição dos critérios de inclusão e exclusão; (iii) seleção das publicações recuperadas; (iv) sistematização das fontes; e (v) sistematização das informações com base em uma análise dos principais aspectos bibliométricos e em uma análise da presença do selecionismo nos estudos de criatividade e Análise do Comportamento Os artigos selecionados foram publicados entre 1966 a 221 Entre eles, 68,7% são de pesquisa teórica, 21,9% aplicada e 9,4% básica As publicações que exibiram mais características selecionistas foram também aquelas que mais apresentaram citações a Skinner para aludir ao darwinismo, indicando que examinar citações skinnerianas ainda é um critério relevante para avaliar vinculações epistemológicas com o selecionismo Dos 32 artigos examinados, apenas 25% foram considerados selecionistas, sendo todos teóricos Por outro lado, 46,9% dos estudos (dentre os quais constam pesquisas teóricas, básicas e aplicadas) não apresentaram nenhuma característica selecionista, conforme critérios especificados neste estudo Por fim, 28,1% dos estudos apresentaram alguns elementos selecionistas sem oferecer condições para fundamentar uma análise conclusiva quanto sua adequação à tal perspectiva Desse rol, a maioria dos artigos eram teóricos, com apenas uma publicação de natureza básica, o que sinaliza o predomínio de elementos selecionistas em artigos teóricos O estudo indicou um desequilíbrio em relação aos compromissos epistemológicos da Análise do Comportamento com o selecionismo, quando consideradas as diferentes estratégias investigativas sobre o comportamento criativo Ainda que o selecionismo possa oferecer a possibilidade de integração epistemológica entre as áreas teóricas, básicas e aplicadas, a sua presença preponderante em pesquisas teóricas suscita o questionamento a respeito dos compromissos epistemológicos das pesquisas empíricas sobre criatividade, e se o potencial heurístico do selecionismo para afastar o mecanicismo e o mentalismo encontraria limites no estudo empírico-experimental do comportamento
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Palavras-chave
Análise do comportamento, Comportamento criativo, Comportamentalismo radical, Selecionismo (Teoria da Evolução), Behavior analysis, Creative behavior, Radical behaviorism, Selectionism (Theory of Evolution)