Atos de transformação : elementos conectores entre narrativa e dramaturgia em Nelson Rodrigues

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Silva, José Francisco Quaresma Soares da

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Resumo

Resumo: Nelson Rodrigues reconhecia a imbricação de fatos pessoais em sua criação dramática, tais como as tragédias familiares, o amor e a morte, que se constituem traços marcantes da sua escrita Construtor de frases memoráveis, em muitas delas ele exaltou as infinitas variações ocorridas em vida e transfiguradas na obra Isso o fez classificar-se e ser classificado como memorialista A junção vida e arte é cara ao escritor, e escrever, solução vital Em 1951, estreia a coluna A vida como ela é no jornal carioca Última Hora, fato que se tornou sucesso em poucas semanas, e em evidência por dez anos Rodrigues reconhece esse espaço no jornal como laboratório para a construção de vários de seus textos dramáticos, dentre eles A falecida, de 1953, e O beijo no asfalto, de 196, que se constituem, aqui, objetos de estudo, e juntam-se às crônicas memorialistas e confessionais: Memórias: a menina sem estrela; O reacionário; O óbvio ululante e A cabra vadia, acrescidas da reedição da antologia dos 1 contos escolhidos da famosa coluna jornalística, feita pelo próprio autor, em 1961, com o título A vida como ela é, e relançada no ano de 212 por ocasião do seu centenário A presença latente de aspectos vivenciais do autor, tanto nos personagens como nas situações retratadas, desenvolvida pelo trânsito da escrita para o jornal e posterior transmutação para o teatro, é amplamente memorialista, mas não apenas isso, pois o modo como o autor poetiza essas vivências é o grande trunfo, o que faz de sua obra ficção tão vigorosa Rodrigues explica a vida cotidiana da cidade, em grande medida pela vida que viveu e o que presenciou Defendemos, portanto, que sua obra dramática se organiza numa mescla entre reminiscências, reflexões, vivências, somada a traços ficcionais Este trabalho tem como objetivo identificar e analisar os processos de construção textual por meio do movimento criador estabelecido pelo dramaturgo com vistas a operacionalizar sua poética, cuja sustentação é o trânsito entre textos narrativos – contos e crônicas – e suas passagens para a dramática Para isso, apresenta como suporte os elementos conectores, os quais atuam como chaves de identificação e análise no sentido de clarificar a ação empreendida pelo escritor, e têm sua matriz nos pressupostos teóricos da Crítica Genética e de processos de criação artística

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Palavras-chave

Criação (Literária, artística, etc.), Crítica genética, Autobiografia, Creation (Literary, artistic, etc.), Genetic criticism, Autobiography

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