Uso da GFAP como biomarcador em cães com e sem sinais neurológicos centrais

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Caetano, Cristiane Oliveira

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Resumo

Resumo: Encefalite por definição é qualquer afecção que resulte em inflamação e lesão tecidual com alteração estrutural ou funcional do encéfalo O diagnóstico da causa da encefalite usualmente inclui exames laboratoriais, análise de líquido cerebrospinal (LCE) e exames de imagem avançada, porém, nem sempre esses métodos diagnósticos estão disponíveis ou em alguns casos há contraindicações para a realização dos referidos exames Uma alternativa para se obter o diagnóstico de lesão encefálica é a utilização de biomarcadores, que vem sendo amplamente estudados na medicina humana e são mensurados em fluidos corporais como soro, plasma e LCE A mensuração de um biomarcador específico de lesão neuronal, de forma simples, rápida e minimamente invasiva traz muitos benefícios ao paciente Em humanos a proteína fibrilar glial ácida (GFAP) é liberada exclusivamente na presença de lesão encefálica e está correlacionada com mau prognóstico e recuperação tardia dos pacientes, sendo provavelmente uma boa opção como biomarcador em cães Na Medicina Veterinária há poucos estudos sobre biomarcadores de lesão neuronal, e ainda não há dados consistentes sobre a expressão da proteína em cães com encefalite e a mensuração desta em fluidos corporais como soro e LCE Assim sendo, o objetivo geral deste trabalho é comparar os níveis de GFAP no soro de cães com e sem encefalite e no LCE de alguns cães com encefalite O estudo avaliou 31 cães, sendo 21 cães doentes com sinais clínicos de encefalite ou meningoencefalite (Grupo Doente – GD) e 1 cães saudáveis sem sinais clínicos de doença e exames laboratoriais dentro dos intervalos de referência (Grupo Controle – GC) O intervalo de inclusão dos animais neste estudo foi de outubro de 216 a junho de 217 Neste estudo um aumento da GFAP no soro de 6/21 cães do GD foi observado, enquanto que no GC nenhum animal apresentou níveis séricos elevados acima do ponto de corte A média do biomarcador no soro de animais do GD foi de 2,49 ng/ml, no LCE foi de 33,7 ng/ml, e no soro dos cães do GC foi de ,11 ng/ml A análise estatística não paramétrica Kruskal Wallis não conseguiu explicar os resultados do estudo, devido ao grande número de resultados igual a zero do GD e à heterogeneidade dos dados Considera-se a estatística descritiva para a conclusão deste trabalho Assim sendo, pondera-se que o GD obteve média superior ao GC na mensuração da GFAP no soro Foi possível verificar que animais com encefalite apresentam elevações séricas de GFAP após cinco dias de lesão encefálica, que o biomarcador apresentou uma alta especificidade e que animais saudáveis não apresentam níveis detectáveis do biomarcador no soro O estudo também sugere uma maior sensibilidade do LCE para a realização do teste e que o kit ELISA utilizado no estudo obteve uma boa eficácia para uso em cães

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Palavras-chave

Cão, Doenças, Encefalopatia em cão, Dog, Encephalopathy in dog, Diseases

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