Masculinidades e o acesso às políticas de saúde e assistência social

Data

2025-09-12

Autores

Campanucci, Fabrício da Silva

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Resumo

Identificar como os indivíduos se entendem como homens e manifestam suas masculinidades é um dos caminhos para entender o acesso da população masculina às políticas de Saúde e Assistência Social, já que seus hábitos, comportamentos e visões sobre o significado de masculino podem afastá-los dos serviços de Saúde e dificultarem suas compreensões sobre a Assistência Social enquanto um direito. Considerando que a multidimensionalidade da categoria acesso envolve aspectos como a organização da oferta das políticas, as informações disseminadas sobre os serviços e benefícios e absorvidas pela população, assim como as representações simbólicas e culturais das cidadãs e dos cidadãos sobre seus direitos, esta pesquisa questiona como as concepções e expressões das masculinidades interferem no acesso dos homens às Políticas de Saúde e Assistência Social. O objetivo geral é analisar as trajetórias de homens no acesso a estas políticas em interface com as masculinidades. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, documental e de campo, que verifica como os sujeitos compreendem os homens e expressam suas masculinidades; problematiza o acesso da população masculina às políticas mencionadas; e discute a relação entre a configuração da oferta e a aceitabilidade dos homens que as acessam. As características das políticas em tela e a composição das redes de serviços existentes foram descritas a partir das pesquisas documental e bibliográfica. A pesquisa de campo foi conduzida por meio de entrevistas em profundidade, aplicadas com cinco homens na faixa etária de 28 a 65 anos, atendidos pelas políticas de Saúde e Assistência Social no município de Cambé, entre os anos de 2018 e 2023. Os resultados obtidos através da análise de conteúdo apontam que por não serem prioridade das ações socioeducativas, o acesso dos homens à política de Assistência Social limita-se a procura espontânea por benefícios. Apesar de serem acolhidos e orientados sobre os serviços e benefícios socioassistenciais, eles ainda apresentam desconhecimento sobre o que de fato acessam. No âmbito da saúde, as trajetórias demonstram que o descrédito do SUS e as diversas dificuldades na utilização da rede de serviços constroem barreiras organizacionais, informacionais e socioculturais que continuam comprometendo a aceitabilidade do acesso e dificultando a alteração das práticas curativas entre os homens. No entanto, mesmo no crítico contexto das políticas sociais brasileiras, seus objetivos configuram possibilidades de ressignificar as masculinidades e fortalecer as históricas lutas contra toda violência gerada pela naturalização da dominação masculina. Por isso, espera-se que esta pesquisa possa oferecer conhecimentos capazes de qualificar o acesso e a inclusão da população masculina nas formulações e nos processos de execução da Políticas de Saúde e Assistência Social na perspectiva de reconstruir relações de gênero horizontalizadas

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Palavras-chave

Gênero, Masculinidades, Acesso às Políticas de Saúde e Assistência Social, Políticas públicas, Assistência social, Acesso aos serviços de saúde, Assistência social, Políticas sociais - Paraná, Saúde do homem, Desigualdade de gênero

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