Frequência de tromboembolismo pulmonar crônico e suas características nos pacientes COVID-longa no Hospital Universitário de Londrina

Data

2025-02-26

Autores

Nogueira, Rafaela Rodrigues Sampaio

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Resumo

Introdução: O tromboembolismo pulmonar é a terceira causa de doença cardiovascular, mais comum, no mundo e sua fisiopatologia está relacionada a fatores da tríade de Virchow (estase, hipercoagulabilidade e lesão endotelial). Em dezembro de 2019 houve o reconhecimento de uma nova doença, coronavirus disease-2019 ou doença pelo coronavírus-2019 (COVID-19), caracterizada por intensa atividade inflamatória e maior incidência de eventos tromboembólicos agudos. Diante desse cenário, levantou-se a hipótese de um aumento na ocorrência de eventos crônicos. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a frequência de tromboembolismo pulmonar crônico e suas características nos pacientes COVID-longa do Hospital Universitário de Londrina. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, com amostra consecutiva por conveniência, realizado a partir da revisão de prontuários. Foram incluídos 133 pacientes, com diagnóstico de tromboembolismo pulmonar (TEP) agudo e COVID-19, submetidos a anticoagulação por pelo menos 3 meses. Um paciente foi excluído por ter diagnóstico prévio de hipertensão pulmonar. Os critérios de inclusão foram: pacientes com COVID-19 confirmado por RT-PCR ou sorologia e TEP diagnosticado por angiotomografia arterial de tórax. Os critérios de exclusão foram: antecedente de tromboembolismo pulmonar crônico (TEPC), hipertensão pulmonar, doença intersticial fibrosante, uso de oxigênio domiciliar e diagnóstico prévio de COVID-19. Dentre os pacientes incluídos, avaliou-se a presença de TEPC naqueles que mantiveram dispneia após o período de anticoagulação e/ou nos que apresentavam fatores de risco para TEPC no evento agudo (falha de enchimento central, ecocardiograma transtorácico sugestivo de hipertensão pulmonar na fase aguda). O diagnóstico de TEPC foi realizado por cintilografia pulmonar ou angiotomografia arterial de tórax, a partir dos quais foi calculada sua frequência na amostra. Além disso, foram analisados fatores de risco relacionados ao TEPC, como comorbidades, necessidade de oxigênio durante a internação, extensão do acometimento intersticial e gravidade da embolia, com base no índice PESI. Resultados: A frequência de TEPC por COVID-19 foi de 8,33%. Houve evidências de maior risco de tromboembolismo pulmonar crônico em pacientes com COVID-19 e neoplasia associada (27.27% vs 1.65%, p < 0.01). Observou-se que os fatores de risco durante a fase aguda têm maior relevância na predição de TEPC do que a presença de sintomas após período de anticoagulação. Conclusão: A frequência de TEPC associada à COVID-19 foi superior à incidência observada em outras etiologias, não relacionadas a COVID-19, corroborando as expectativas iniciais. A presença de fatores de risco na fase aguda demonstrou maior relevância na predição de TEPC do que os sintomas, assim como a presença de neoplasias ativas. No entanto, estudos prospectivos são necessários para confirmar esses achados.

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Palavras-chave

Tromboembolismo pulmonar crônico, Tromboembolismo pulmonar agudo, COVID-19, COVID-longa, Síndrome respiratória aguda grave, Tromboembolismo, Fatores de risco, Hipertensão pulmonar

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