Determinantes sociais, suporte parental e suas implicações para a inserção de crianças e adolescentes com deficiência na prática esportiva paralímpica no Brasil

Data

2025-07-15

Autores

Caruzzo, Aryelle Malheiros

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Resumo

A prática esportiva regular favorece o desenvolvimento físico, psicológico e social de crianças e adolescentes com deficiência. Com o objetivo oportunizar a iniciação paradesportiva para essa população, o Comitê Paralímpico Brasileiro criou o Programa de iniciação esportiva intitulado ‘Centro de Referência Paralímpico’, que oferece a prática de modalidades paralímpicas da iniciação ao alto rendimento e possui polos instalados em todo Brasil. A percepção das barreiras e possíveis facilitadores para a prática esportiva está associada a questões sociais e é influenciada pelos hábitos e preferências familiares. Assim, o objetivo da presente pesquisa foi verificar a associação entre os determinantes sociais e o suporte parental na inserção de crianças e adolescentes com deficiência na prática esportiva paralímpica no Brasil. Para isso, a presente tese foi estruturada segundo o Modelo Escandinavo, e está organizada em quatro capítulos: Capítulo 1 – Introdução geral da tese; Capítulo 2 – Determinantes sociais associados à prática esportiva paralímpica em diferentes regiões do Brasil; Capítulo 3 – Esporte paralímpico no Brasil: compreendendo as barreiras e os facilitadores através do olhar de mães de crianças e adolescentes com deficiência; Capítulo 4 – Considerações finais. Os dois estudos realizados tiveram participantes das cinco regiões do país. No Capítulo 1, encontra-se a contextualização da temática, justificativa, objetivos, hipóteses elencadas, delimitações e limitações da pesquisa, aspectos éticos, definições de termos e a estrutura da tese. O Capítulo 2 objetivou identificar as características sociais das famílias das crianças e adolescentes com deficiência que praticam as modalidades paralímpicas oferecidas pelos Centros de Referência Paralímpicos Brasileiros e a partir do reconhecimento das informações obtidas, comparar os fatores socioeconômicos com as barreiras e facilitadores percebidos, a atividade física habitual dos pais, os tipos de deficiências das crianças e adolescentes em função das diferentes regiões do Brasil. Participaram do estudo 318 pais de crianças e adolescentes com deficiência, alunos de 17 polos dos Centros de Referência Paralímpicos, representantes das 5 regiões do Brasil. As análises dos dados, de cunho quantitativo, foram realizadas no programa de linguagem estatística R Studio. Os resultados indicaram que os pais das crianças e adolescentes com deficiência apresentam níveis moderados de Suporte Parental voltado à prática esportiva, principalmente através do incentivo verbal, não sendo verificada a influência por modelagem, visto que grande parte dos participantes afirmaram não praticar nenhuma atividade física. Foram observadas maiores médias na região norte, em famílias classificadas economicamente como D/E e entre as famílias com filhos com deficiência física. Em relação às barreiras e os possíveis facilitadores percebidos para a prática esportiva, os resultados apontaram semelhanças entre as cinco regiões do Brasil. O Capítulo 3 buscou, por meio de um estudo qualitativo, compreender a associação entre as características sociais e o suporte parental para a prática esportiva paralímpica de crianças e adolescentes com deficiência no Brasil, bem como verificar o papel dos níveis de suporte e das barreiras e possíveis facilitadores percebidos. Foram analisadas 10 entrevistas, sendo 2 de cada região do Brasil, de mães de alunos com deficiências físicas e intelectuais, convidadas a participar de acordo com os demais critérios de inclusão. Para a análise dos dados, foram adotadas as orientações da Análise de Conteúdo, de Bardin (2011), e as categorias de análise elencadas foram: Barreiras Percebidas, Facilitadores percebidos, Suporte Parental, e Determinantes sociais. Os resultados trouxeram importantes reflexões quanto às questões sociais existentes no país. No Capítulo 4 estão descritas as considerações finais da tese. Conclui-se assim que os baixos níveis de atividade física dos pais que constituíram a população do estudo não estão diretamente ligados aos níveis de Suporte Parental que os pais podem oferecer aos seus filhos para a prática esportiva de modalidades paralímpicas. Ainda, que as barreiras e facilitadores percebidos, em sua maioria não estão relacionados às questões pessoais, mas sim à fatores externos e que podem ser mais bem direcionados a partir da atuação profissional ou mesmo de melhores direcionamentos políticos, uma vez que o estudo possuiu abrangência nacional e percebeu realidades semelhantes em todas as regiões do país.

Descrição

Palavras-chave

Deficiência, Crianças e adolescentes, Prática esportiva, Modalidades Paralímpicas, Suporte parental, Fatores socioeconômicos, Barreiras e facilitadores, Iniciação esportiva, Esportes - Aspectos sociais, Crianças - Atividade física, Adolescentes - Atividade física, Deficiência física, Inclusão social

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