A emergência de um Shinto híbrido em São Paulo: a construção do santuário bugre e a apropriação de túmulos indígenas (1920-1938)

Data

2025-03-31

Autores

Marques, Ingrid Batista

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Resumo

A pesquisa tem como objetivo analisar o Bugre Jinja (1920-1928), que pode ser traduzido como Santuário Bugre, construído pelos imigrantes japoneses da Colônia de Itacolomi (Uetsuka), na cidade de Promissão (SP), por volta de 1920. Os imigrantes de Itacolomi apropriaram-se de elementos da cultura local, mais especificamente de túmulos indígenas, que foram consagrados num santuário Shinto. A partir da análise da edição de 1928 do periódico Nogyo-no-Burajiru (literalmente, Agricultura do Brasil), que constitui a fonte primária da investigação, pretendemos compreender de que forma a construção do santuário e o Shinto se desenvolveram dentro dessa colônia japonesa. Para a análise do periódico, serão utilizadas as propostas metodológicas de Tania Regina de Luca. No aspecto teórico, abordaremos a pesquisa a partir dos conceitos de representação e apropriação propostos por Roger Chartier e Michel de Certeau. Como discussões, sugerimos que o santuário foi construído como forma de religião popular, com aspectos ritualísticos do que é conhecido como Shinto de Santuário, para o afastamento de calamidades como pragas naturais, bem como para promover a prosperidade da região. Para isso, foi desenvolvido na região um culto aos ancestrais partindo da existência de vestígios de grupos indígenas da região realocados para outras regiões após a recolonização no Oeste Paulista.

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Palavras-chave

Bugre Jinja, Imigração japonesa, Promissão, Xintoísmo, História social, Religião popular, Indígenas

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