Métodos de desidratação de forragem de aveia branca: composição bromatológica, qualidade nutricional da silagem pré-secada e desempenho de novilhos em confinamento

Data

2023-10-27

Autores

Souza, André Martins de

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Resumo

A região sul do Brasil possui em sua essência a produção de bovinos a pasto, e somente é permitida tal forma de produção devido suas características climáticas, no entanto, existem períodos do ano que a produção forrageira é comprometida, gerando déficit na alimentação dos animais. Em sistemas de produção intensiva isso se torna impraticável e dessa forma se faz necessário buscar alternativas como a utilização de silagem pré-secada, que tem por objetivo disponibilizar aos animais uma alimentação padronizada o ano todo. Contudo, a confecção deste alimento é dependente de fatores climáticos, devido a necessida de realizar a desidratação da forragem após seu corte. Dentro deste contexto, o presente estudo buscou alternativas mais eficazes para realizar a desidratação da forragem, e assim garantir a produção de uma silagem pré-secada de qualidade. O delineamento experimental para avaliar as caracteristicas fisico-quimicas e microbiológicas das silagens pre-secadas foi o de blocos ao acaso, composto por 3 tratamentos, sendo: três métodos de desidratação da forragem (Mecânico, Mecânico + Composto químico bacteriano e Glifosato), com cinco repetições cada. Ao avaliar o desempenho animal, o delineamento experimental foi de blocos inteiramente casualizados, composto por dois tratamentos, sendo dois métodos de desidratação da forragem (Mecânico e Mecânico + Composto químico bacteriano), com cinco repetições cada. A taxa de desidratação da forragem foi superior no método Mecânico + Composto químico bacteriano (0,82% hora), seguido do Mecânico (0,69% hora) e do uso do Glifosato (0,08% hora). A silagem pré-secada confecionada a partir da forragem dessecada pelo Glifosato possuiu as maiores perdas de matéria seca durante o processo fermentativo, em relação as demais (20,11%). As concentrações de hemicelulose (21,17%), celulose (27,27%) e lignina (3,20%) foram inferiores quando a confecção da silagem pré-secada se deu com forragem desidratada pelo método Mecânico + Composto químico bacteriano. A produção de gás via fermentação de carboidratos não fibrosos foi superior para as silagens pré-secadas confeccionadas a partir dos métodos de desidratação Mecânico + Composto químico bacteriano e Mecânico (177, 99 e 107,36 mL g-1 de MS respectivamente). As maiores concentrações de ácido acético (3,96 g kg) e iso-butírico (0,78 g kg) se deu na silagem pré-secada confeccionada com a forragem dessecada pelo Glifosato. Em relação a diversidade microbiológica e a riqueza não houve diferença entre as silagens pré-secadas testadas, mas a abundância relativa de filo e genero foram alteradas. Ao avaliar as silagens pré-secadas frente ao desemepnho animal observou maior digestibilidade aparente da matéria seca e da fibra insolúvel em detergente neutro para a silagem pré-secada confecionada com a forragem desidratada pelo método Mecânico + Composto químico bacteriano em relação ao Mecânico (80,42% contra 77,81% e 70,97% vs 68,83% respectivamente). O método de desidratação Mecânico + Composto químico bacteriano foi mais eficaz que os demais, gerando uma silagem pré-secada de melhor qualidade bromatológica, com maiores taxas de degradação ruminal. O Glifosato não trouxe tantos prejuizos para o processo fermentativo, no entanto, quando se deu o seu uso na desecação da forragem, a silagem pré-secada obteve maior proteólise que as demais, menor concentração de carboidratos soluveis, e uma significativa redução de sua degradação ruminal.

Descrição

Palavras-chave

Ácidos orgânicos, Desempenho animal, Fermentação de carboidratos, Gênero bacteriano, Perdas

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