Análise dos genes VP6 e VP7 de cepas de rotavírus identificadas em frangos de corte com síndrome da má absorção
Data
2023-02-28
Autores
Gallego, Jéssica Cristhine
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Resumo
Rotavírus (RV) é uma das mais importantes etiologias de infecções entéricas em diferentes espécies de mamíferos e aves. RV é um vírus não envelopado, composto por 11 segmentos de RNA fita dupla que codificam seis proteínas estruturais (VP) e cinco a seis proteínas não estruturais. A VP mais abundante é a VP6 que define a espécie viral. VP4 e VP7 induzem anticorpos neutralizantes e, por isso, utilizadas para a classificação das cepas virais em genotipos P e G, respectivamente. Características antigênicas e moleculares de cepas de campo podem ser utilizadas para o conhecimento da evolução viral, rearranjos genômicos e a transmissão interespécies. RV identificados em aves são classificados em quatro espécies distintas, denominadas como RVA, RVD, RVF e RVG. Assim como em mamíferos, RVA também é a espécie mais descrita em aves. As espécies RVD, RVF e RVG, até o momento, foram identificadas exclusivamente em hospedeiros aviários. Estudos relacionados à caracterização molecular de cepas de RV identificados em espécies aviárias não são frequentes comparativamente às cepas provenientes de mamíferos. Este estudo teve por objetivo realizar a caracterização molecular em cepas de campo de RV aviário. Foram utilizadas 55 amostras individuais de conteúdo intestinal de frangos de corte com uma a duas semanas de idade que apresentavam quadro clínico de diarreia e síndrome da má absorção. Em estudo anterior, todas as amostras haviam sido previamente identificadas como positivas para RV por meio da técnica de eletroforese em gel de poliacrilamida. O objetivo do primeiro estudo foi determinar as espécies de RV aviário.Foi realizado por meio da amplificação parcial do gene VP6 com primers específicos para as espécies RVA, RVD, RVF e RVG. Posteriormente, foi realizado o sequenciamento dos amplicons com o objetivo de determinar a caracterização molecular e filogenética do gene VP6 (genotipo I) das cepas virais incluídas no estudo. Adicionalmente, no segundo estudo o objetivo foi determinar o gene VP7 (genotipo G) de 10 cepas de campo pertencentes ao RVA e de nove cepas ao RVD. Das 55 amostras positivas para RV incluídas no estudo em 10, 18 e 28 amostras foi possível à amplificação parcial do gene VP6 de RVA, RVD e RVF, respectivamente. Análises filogenéticas realizadas nos produtos do gene VP6 amplificados por RT-PCR possibilitaram classificar as 10 cepas de RVA no genotipo I11. Já as cepas de RVD e RVF apresentaram 89% e 93 a 98% de identidade de nucleotídeos (nt), respectivamente, com outras cepas disponíveis no GenBank descritas no Brasil e no mundo. Com relação às análises realizadas no produto da amplificação parcial do gene VP7 as cepas de RVA apresentaram 95 a 97% de identidade de nt com cepas que pertencem ao genotipo G19. A identidade de nt das nove cepas de RVD incluídas nas análises do gene VP7 apresentaram de 89 a 91% de identidade de nt com cepas de RV aviário descritas no Brasil e disponíveis no GenBank e 85% com a cepa protótipo 05V0049. Considerando as diversidades moleculares e antigênicas já descritas em cepas de RV, o monitoramento dos genotipos mais prevalentes em cepas de RV aviários é essencial para o desenvolvimento de ações em saúde animal e de biosseguridade para a avicultura nacional.
Descrição
Palavras-chave
Diarreia, Rotavírus aviário, Genotipo, Genotipo I, Genotipo G