Avaliação de um protocolo de segurança baseado em evidências para o manejo da sede em pacientes críticos
Data
2025-02-17
Autores
Oliveira, Meiriane Pizani Scobare de
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Resumo
Introdução: A sede é um sintoma comum e multifatorial em pacientes críticos, especialmente quando há disfagia, exigindo um manejo seguro devido ao risco de broncoaspiração. Estratégias eficazes para aliviar a sede podem melhorar o bem-estar desses pacientes. Objetivo Analisar a aplicação dos protocolos de manejo da sede com critérios de segurança baseados em evidências em pacientes recém-extubados (SEDE-E) e traqueostomizados (SEDE-T) durante quatro horas. Método: Estudo quantitativo quasi-experimental pré/pós-teste realizado em um hospital universitário no sul do Brasil, entre fevereiro e junho de 2024, com pacientes adultos internados em unidade de terapia intensiva. Os participantes foram divididos em dois grupos: recém-extubados (SEDE-E) e traqueostomizados (SEDE-T). A intensidade da sede foi medida pela Escala Visual Numérica e os protocolos aplicados conforme critérios de segurança. No grupo SEDE-E, os critérios incluíram: nível de consciência, insuficiência respiratória, náusea/vômito, tosse eficaz, deglutição eficaz e voz rouca/molhada. No grupo SEDE-T, avaliaram-se os mesmos critérios, substituindo voz rouca/molhada por disfunção da cânula de traqueostomia. Estratégias como picolés e sprays mentolados foram ofertadas após aprovação. Resultados: A pesquisa incluiu 64 pacientes (42 SEDE-E, 22 SEDE-T). No grupo SEDE-E, houve aumento na aprovação sem ressalvas de 35,9% no momento 1 para 53,8% no momento 4 (p<0,05), sendo que todos os pacientes receberam algum tipo de estratégia de alívio. Insuficiência respiratória e náusea/vômito foram as principais causas de reprovação nos momentos 3 e 4. Voz rouca/molhada gerou 16,9% de aprovações com ressalvas, mas não houve reprovações nos critérios tosse ou deglutição. No grupo SEDE-T, as aprovações sem ressalvas permaneceram altas (93,8%). A maioria foi aprovada no primeiro momento, permitindo o uso precoce de picolés e hidratantes labiais mentolados. Deglutição ineficaz e problemas com a cânula de traqueostomia não causaram reprovação, enquanto apenas um paciente foi aprovado com ressalvas devido à tosse ineficaz. Ambos os grupos apresentaram redução significativa da sede (p < 0,05), sendo a diferença média identificada no grupo SEDE-T (4,12) e no SEDE-E (3,92). O tamanho do efeito foi grande para ambos os grupos (d Cohen 1,18 e 1,29 respectivamente). Conclusão: Sprays mentolados e picolés, reduziram significativamente a intensidade da sede. Os critérios de segurança do protocolo mostraram sensibilidade na aprovação de pacientes críticos, permitindo o uso de estratégias de alívio mais precocemente tanto para recém-extubados como para os traqueostomizados. Os principais fatores que influenciaram o tempo de aprovação foram: insuficiência respiratória, náusea e vômito (principal causa de reprovação nos momentos três e quatro) e voz rouca ou molhada, que causou reprovação em mais da metade dos pacientes do grupo SEDE-E, mas com melhora ao longo do tempo. No grupo SEDE-T, o critério tosse eficaz foi responsável por aprovações com ressalvas, enquanto deglutição ineficaz e problemas com a cânula de traqueostomia não ocasionaram.
Descrição
Palavras-chave
Unidades de Terapia Intensiva, Sede, Medidas de Segurança, Ventilação Mecânica, Protocolos Clínicos