Dor musculoesquelética em ciclistas recreacionais: diferenças e relações da altura, inclinação e deslizamento anteroposterior do selim da bicicleta

Data

2024-10-04

Autores

Paula, Jorge Augusto Schulhan de

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Resumo

Introdução: Ciclistas recreacionais estão sujeitos à dores musculoesqueléticas, mas não se sabe se as posições do selim se relacionam ou determinam estas dores. Objetivos: Comparar as características dos ciclistas, dos treinos e das posições do selim da bicicleta de ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas, correlacionar as posições do selim com as dores musculoesqueléticas e o que melhor as determina. Métodos: Foram avaliados 58 ciclistas recreacionais, 29 com dor musculoesquelética (10 homens e 19 mulheres) e 29 sem dor (11 homens e 18 mulheres). Analisaram-se os dados de caracterização da amostra, da prática do ciclismo, intensidade da dor pela escala visual analógica de dor (EVA) e as medidas do selim (altura, inclinação e deslizamento anteroposterior). Os resultados foram comparados, correlacionados e na sequência aplicou-se a análise de regressão linear simples. Resultados: Os grupos foram semelhantes nos dados de caracterização da amostra, quilômetros pedalados na semana, frequência treinos semanais, altura, inclinação e deslizamento do selim. Os ciclistas com dores musculoesqueléticas apontaram queixas na coluna lombar (30,6%; EVA=2[1-3]), quadril (14,5%; EVA =2[1-2]), períneo (14,5%; EVA =2[2-2,5]) e joelho (16,1%; EVA =2[1-2]). Para a amostra total a correlação foi alta e significativa entre dor no quadril e: dias de treinos na semana (rho=0,70) e inclinação do selim (rho=0,70), e de insignificante à moderada nas demais análises. Estabeleceu-se os dias pedalados na semana determinam 74% da dor no quadril e 68% da dor na região de períneo, e que a inclinação posterior do selim determina 82% da dor na região de quadril. Para as ciclistas mulheres com dores musculoesqueléticas a dor no quadril (EVA=1,5[1-3]) demonstrou correlação alta e significativa com dias de treinos na semana (rho=0,90), nas demais correlações foram de insignificantes à moderadas. Os dias pedalados na semana determinaram 74% da dor no quadril e 78% de dor na região do períneo, e a inclinação posterior do selim determinou 65% de dor no quadril das ciclistas mulheres. Para os ciclistas homens houve correlação alta, significativa e inversa entre todas as queixas de dor e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,80) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,60), assim como para a dor lombar (EVA=1,6 (0,5)) e: inclinação do selim (rho=-0,80), deslizamento anteroposterior do selim (rho=-0,70) e inversa e moderada com a idade (rho=-0,70). As dores no geral foram determinadas em 73% pela inclinação do selim, em 60% pelo deslizamento do selim e em 48% pela idade. A dor lombar nos ciclistas homens pode ser determinada em 67% pela inclinação e em 59% pelo deslizamento do selim. Conclusão: Os ciclistas recreacionais com e sem dores musculoesqueléticas tem as mesmas características físicas, de treinamento e de posição do selim. Algumas características dos treinos e da posição do selim se relacionam e podem determinar as dores musculoesqueléticas, de forma diferente em ciclistas recreacionais homens e mulheres.

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Palavras-chave

Ciclista, Ciclismo, Recreacional, Selim, Ajustes, Dor

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