Influência do uso precoce e controlado do epi-no® durante a gestação na dispareunia e função do assoalho pélvico 6 meses após o parto vaginal

Data

2023-02-28

Autores

Macedo, Fabiana Rotondo Pedriali

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Resumo

Introdução e hipótese: A dispareunia é uma queixa predominante após o parto e as lacerações profundas e episiotomia são os principais fatores de risco. O treino muscular do assoalho pélvico e a massagem perineal são técnicas indicadas na gestação que favorecem a recuperação das funções gênito-urinárias no pós-parto. O EPI-NO® é um dispositivo criado para aumentar a elasticidade dos músculos do assoalho pélvico e prevenir episiotomias. Ainda não há consenso sobre seu uso, seu real benefício em prevenção de traumas perineais, e não há descrito o efeito do uso do EPI-NO® na queixa de dispareunia pós-parto. Esse estudo buscou primariamente verificar o efeito de um protocolo supervisionado e precoce do uso do EPI-NO® na função muscular pélvica e dispareunia após o parto. Métodos: Estudo de caso e controle, que incluiu primigestas de feto único, entre 18 e 40 anos, sem histórico de dispareunia prévia à gestação, que passaram por parto vaginal a termo atendidas na maternidade municipal de Londrina. O grupo de estudo (GE) foi submetido a 10 sessões de EPINO®, aplicadas por uma fisioterapeuta a partir da 34ª semana, e reavaliado 6 meses após o parto. O grupo controle (GC) não passou por nenhuma intervenção na gestação, foi recrutado no pós-parto imediato (primeiro filho, parto vaginal, a termo) e avaliado 6 meses após o parto. Foram excluídas gestantes de alto risco, que não compareceram a um mínimo de 6 sessões, que não compareceram para a reavaliação e que na reavaliação ainda não haviam retomado sua atividade sexual. A dispareunia foi avaliada pela escala visual analógica (EVA) e pelo escore do índice de função sexual feminina (Female Sexual Function Index FSFI). A função muscular de assoalho pélvico foi avaliada através da palpação (graduada pela escala de Oxford) e perineometria vaginal que forneceu valores médios e máximos d força muscular do assoalho pélvico (FMAP). As lesões perineais também foram comparadas entre os grupos bem como sua relação com a FMAP. Resultados: Foram incluídas para análise 69 mulheres (37 GE e 32 GC). A dispareunia foi ausente em 75,67% (28/37) do grupo de estudo comparado a 21,87% (7/32) do grupo controle (p<0,001). O escore geral do FSFI do GE apresentou melhor função sexual comparado ao GC (26,66 versus 20,99 p<0,001). O escore do domínio específico dor também apresentou diferença significativa (5,6 GE versus 3,2 GC - p<0,0001). A força máxima, média e tempo de sustentação da contração de assoalho pélvico foram também maiores significativamente no GE. O GE teve menor índice de lesões de 2º e 3º graus e episiotomia. A função muscular perineal apresentou melhor força máxima e média no grupo submetido ao EPINO® mesmo nas mulheres que sofreram lacerações perineais. Conclusão: O uso precoce do EPINO® aplicado por fisioterapeuta reduziu a frequência e intensidade de dispareunia e proporcionou melhor FMAP, mesmo nas mulheres que tiveram um grau maior de trauma perineal.

Descrição

Palavras-chave

Dispareunia, Modalidades de Fisioterapia, Parto, Períneo, Período Pós-Parto, Sexualidade, Fisioterapia pélvica - Perído gestacional, Dispareunia, EPI-NO® - Uso - Função muscular pélvica, Função muscular perineal

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