Perfil da atividade física na vida diária em indivíduos com insuficiência cardíaca

Data

2022-12-15

Autores

Dias, Karina Lourenço

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Resumo

Introdução: O nível de atividade física na vida diária (AFVD) em indivíduos com insuficiência cardíaca (IC) é associado à qualidade de vida, mortalidade e risco de internação e descompensação da doença. No entanto, a literatura ainda carece de uma descrição mais detalhada das caraterísticas das AFVD avaliadas objetivamente, e isso dificulta o entendimento aprofundado sobre o grau de inatividade e sedentarismo dessa população. Objetivos: Caracterizar o perfil de AFVD em indivíduos com IC e compará-los com indivíduos saudáveis pareados; e correlacionar variáveis de AFVD com desfechos clínicos, sociodemográficos e físico-funcionais nos indivíduos com IC. Métodos: Estudo transversal que envolve a comparação de indivíduos com diagnóstico de IC e controles saudáveis pareados conforme sexo, idade e IMC. Todos os indivíduos tiveram seu nível de AFVD avaliado objetivamente por meio de um monitor de atividade física (AF) (Actigraph wGTX3) utilizado durante sete dias consecutivos. Os indivíduos também foram avaliados quanto à capacidade funcional de exercício (teste de caminhada de seis minutos, TC6min), fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE, por ecocardiografia), qualidade de vida (Minnesota Living with Heart Failure Questionnaire, MLHFQ) e funcionalidade (classificação da New York Heart Association, NYHA). A análise estatística incluiu o teste de Shapiro-Wilk para análise da normalidade na distribuição dos dados; os testes t de Student ou Mann-Whitney foram aplicados para as comparações intergrupos; e as correlações foram avaliadas pelos coeficientes de Pearson ou Spearman. Resultados: Foram avaliados 60 indivíduos, sendo 30 com IC e 30 controles. Os indivíduos com IC, no geral, apresentaram maior número de comorbidades e pior TC6min do que os controles. Quanto à AFVD, foram encontradas diferenças entre os grupos apenas nas seguintes variáveis: tempo gasto/dia em AF moderadas/vigorosas (IC vs Controle: 6 [3-17] vs 22 [7-31] min/dia; P=0,009) e número de passos/dia (4157±2751 vs 6594±3163 passos/dia; P=0,002). Foram observadas correlações estatisticamente significantes e moderadas do número de passos/dia com diferentes desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais no grupo IC (-0.40 < r < -0,64), sendo as correlações mais altas com TC6min (r= -0,64) e idade (r = -0,62). Tempo gasto/dia em AF leves e moderadas/vigorosas também se correlacionaram moderadamente com o TC6min, enquanto o tempo gasto/dia em AF sedentárias não se correlacionou significativamente com nenhuma variável estudada. Conclusão: Indivíduos com IC apresentam sedentarismo comparável a indivíduos pareados saudáveis, porém apresentam inatividade física mais acentuada. Essa inatividade física na IC se correlaciona moderadamente com desfechos demográficos, antropométricos, clínicos e físico-funcionais.

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Palavras-chave

Insuficiência cardíaca, Atividade motora, Comportamento sedentário, Fisioterapia

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