Perfil epidemiológico e espacial dos casos de tuberculose em menores de 18 anos no estado do Paraná- 2002 a 2022
Data
2024-02-19
Autores
Mattos, Tissiane Soares Seixas de
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Resumo
Introdução: A Tuberculose (TB) é uma doença muito antiga e de importância a nível mundial e nacional. Essa doença pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo a população infantil e pessoas vivendo com HIV as mais vulneráveis. Objetivo: Analisar os casos de tuberculose no estado do Paraná em menores de 18 anos entre 2002 a 2022.Método: Estudo transversal, analítico e ecológico dos casos notificados/confirmados de TB e coinfecção TB/HIV de zero a 18 anos, do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), período de 2002 a 2022, residentes no estado do Paraná. Estudo 1, realizado análise descritiva, modelo de regressão logística multinomial, calculado o pseudo coeficiente de determinação (pseudo-R2) de McFadden. Estudo 2, unidade de análise foram os 399 municípios. Realizado a análise descritiva, análise espacial e identificação de agrupamentos espaciais utilizando a técnica denominada Getis-Ord Gi*. E nas séries temporais utilizou-se o método de autorregressão de Prais-Winsten. Estudo 3, análise descritiva e o cálculo da taxa de incidência. Resultados: Estudo 1, foram incluídos 3583 casos notificados de TB, totalizando 2832 casos após critérios de inclusão. Quanto ao perfil sociodemográfico revelou significância estatística de (5%) para a: classificação etária, raça e macrorregional de saúde de residência. Nas variáveis epidemiológicas e acompanhamento apresentou significância estatística de (5%) para: tipo de tratamento, forma clínica, raio X de toráx, 1ª baciloscopia (Baar) diagnóstica, acompanhamento de Baar e nº de acompanhamento de Baar. Na análise de regressão multinomial, pessoas diagnosticadas na APS ou em outros serviços de saúde menor chance para interrupção do tratamento e óbito por TB. A idade da pessoa tratada foi um fator associado ao óbito por TB, aumento de um ano resultou em uma chance de 0,93 vezes menor de chegar ao óbito. Residir em municípios de grande porte menor chance de óbito por TB em comparação aos municípios de pequeno porte. Diminuição da chance de interrupção do tratamento e óbito quando não havia agravos combinados. Ausência de TDO aumenta a chance para interrupção do tratamento, realização de Baar de acompanhamento de 2 a 3 exames reduziu as chances de interrupção do tratamento e óbito por TB, de 4 a 6 exames de Baar foi fator de proteção contra o óbito por TB. Estudo 2, amostra de 3374 casos. Houve predomínio nos adolescentes, sexo masculino, raça branca, zona urbana e na macrorregional de saúde leste, casos novos, forma clínica pulmonar e para situação de encerramento cura. Na distribuição dos casos na análise espacial foi heterogênea em todo estado, maior parte dos municípios apresentou de 1 a 36 casos. Em relação a taxa de incidência revelou-se na maioria dos municípios uma incidência baixa de 0,01 a 7,98/100 mil habitantes. Em relação aos aglomerados espaciais apresentou aleatoriedade dos casos entre a classificação etária pré-escolar. Apresentou área de alto risco (hot spots) de incidência nos recém-nascidos (macrorregional leste, norte e noroeste), lactentes (macrorregional norte, leste e noroeste), pré-escolar (macrorregional norte e noroeste), escolar (macrorregional norte, noroeste, oeste leste) e adolescentes (macrorregional norte). A tendência temporal apresentou um cenário crescente para os recém-nascidos, estacionária para os lactentes e decrescente para pré-escolar e adolescente. Estudo 3, foram notificados 3583 casos de TB, após critérios de inclusão foram totalizados uma amostra de 73 casos. Foi observado uma instabilidade do número de casos e na taxa de incidência por ano, com aumento em 2003-2004 (32%), 2008-2010 (21% a 29%), 2012-2014 (18% a 11%) e 2016-2017 (7% a 14%), e declínio dos casos entre 2020-2021 (4%). Não houve confirmação de casos entre os anos 2018, 2019 e 2022. Independente do ano, a maioria absoluta dos casos ocorreu na faixa etária adolescente, seguido da escolar, lactente, pré-escolar e recém-nascido. Revelou-se significância estatística (5%) para zona urbana. Conclusão: O estudo possibilitou identificar o perfil das crianças e adolescentes acometidos pela TB e coinfecção da TB/HIV nos últimos 20 anos no estado do Paraná. O qual observa-se que esse agravo se faz presente nessa população. Além disso, também possibilitou identificar os territórios mais vulneráveis e possíveis áreas de risco de transmissão da TB entre crianças e adolescentes
Descrição
Palavras-chave
Tuberculose, Coinfecção pelo HIV, Atenção integral à saúde da criança e adolescente, Estudos transversais, Análise espacial, Enfermagem Pediátrica, Tuberculose em crianças - Paraná, Tuberculose em crianças - Perfil epidemiológico - Paraná