Tempos pandêmicos de Covid-19 : implicações ao trabalho profissional de assistentes sociais nas equipes regionais de atendimento multidisciplinar do tribunal de justiça do estado do Paraná
Data
2024-07-31
Autores
Soares, Flávia Laura
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Resumo
Com a conjuntura pandêmica da Covid-19, pós-2020, esta pesquisa esteve influenciada, diante das medidas sanitárias de distanciamento social, enquanto acompanhávamos o desenvolvimento e o acesso posterior às vacinas. Do estudo e seu objeto, investiga o trabalho de assistentes sociais no TJPR, especificamente nas Equipes Regionais de Atendimento, no cenário pandêmico. Das análises ao contexto atual para o Serviço Social, localizamos as mudanças macroestruturais, impulsionadas pela “nova morfologia do trabalho”, a qual caracteriza-se pela precarização, flexibilização e intensificação. Em especial, a flexibilidade das condições/relações de trabalho, e a precariedade salarial, realidade em muitos espaços e áreas de trabalho da(o) assistente social, intensificada pela pandemia, mas não restrita à mesma. O estudo se alicerça na metodologia qualitativa, e abrange os momentos de revisão de literatura, e as pesquisas - documental e para com os sujeitos participantes. Pela plataforma “Microsoft Forms”, aplicamos um questionário virtual com 11 assistentes sociais das Regionais (das 11 unidades pesquisadas, somente uma localiza-se na capital do Estado). Os resultados evidenciam requisições do mercado de trabalho profissional, como a criação de 14 Erams (meados/2019), abrangendo 14 Coordenadorias Regionais da Infância e da Juventude, sendo o trabalho de assistentes sociais organizado sob a regionalização. Profissionais admitidos do último concurso público, assistentes sociais e psicólogos passaram a compor as equipes interprofissionais nestas unidades, em 2019. O atendimento técnico envolve as comarcas desfalcadas de quadro próprio de servidores. Das realidades e especificidades, expressam condições e relações de trabalho caracterizadas pela rotinização, flexibilização e precarização. Dos dados, em duas das Regionais pesquisadas, somente assistentes sociais compunham os setores técnicos. Na maioria, coexistem modalidades de contrato, no exercício da mesma função (CAJU). Parte expressiva dos sujeitos submeteram-se a excesso na carga horária de trabalho, tendo em vista o atendimento pautado no modelo regionalizado, a demandar deslocamentos diários das comarcas sedes às localidades atendidas, possibilitando situações de precarização e intensificação do trabalho. Das condições, por vezes inapropriadas, ausências de motoristas e veículos oficiais, em detrimento do transporte de qualidade e eficiente, com implicações na segurança, sigilo profissional e agilidade e qualidade na prestação jurisdicional pelo Serviço Social. As demandas são múltiplas e complexas, abrangendo atendimentos prioritários aos direitos/proteção à Infância e Juventude, e às Varas - de Família e Sucessões; Cível; Crime; e envolve temas como violência doméstica e familiar; depoimento especial, alienação parental, competência delegada e visita assistida. Identificadas necessidades, como capacitação em áreas intrínsecas à atuação; intervenção para além de perita(o) judicial, em ações extrajudiciais, com projetos e ações mais amplas. A pandemia acelerou processos e tendências, expressando capilaridade à massiva utilização das TICs, impactando nas características históricas do trabalho desenvolvido por assistentes sociais. Das realidades, as adaptações e estratégias para o campo relacional essencial com outras profissões, os atendimentos à população e continuidade do trabalho nos territórios, através da ampliação do uso da linguagem, com as TICs, destacando-se mídias sociais, aplicativos e videochamadas. Portanto, a gestão dos processos de trabalho para o Serviço Social foi impactada, diante da adesão ao trabalho remoto, realidade persistente no cenário pós-pandêmico.
Descrição
Palavras-chave
Serviço social, Pandemia da Covid-19, Unidades regionais de atendimento, TICs, Trabalho remoto