Vidas em composição: conexões entre Filosofia, Arte e Clínica
Data
2024-03-15
Autores
Gimenes, João Vitor de Freitas
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Resumo
Esta pesquisa teve por objetivo analisar a noção de composição, valendo-se de diálogos com a Filosofia, a Arte e a Psicologia, por meio das quais problematizaram-se os modos de vida, os processos de criação e os planos de composição na existência. Para aproximar tais dimensões, o estudo foi organizado teoricamente entre os processos de criação artístico-musical em diálogo com o que denominamos composições de vida na prática clínica. O elemento central da pesquisa consistiu em abordar a relação da composição com a vida cotidiana, atentando aos processos de subjetivação e suas variações. Teoricamente, foram abordadas três esferas da composição: a filosófica, a artístico-musical e a clínica, valendo-se dos conheciomentos advindos da Psicologia Social, da Psicologia Clínica e da Filosofia da Diferença. Metodologicamente, adotou-se uma perspectiva qualitativa com a estratégia documental. Em sua parte empírica, a pesquisa selecionou e analisou entrevistas que foram cedidas e publicadas por compositores brasileiros em documentos de domínio público (redes sociais, textos publicados e entrevistas). Foram elencados cinco compositores envolvidos com a denominada Música Popular Brasileira (MPB), a saber Caetano Veloso, Milton Nascimento, Chico Buarque, Gilberto Gil e Djavan. Tais compositores foram previamente selecionados utilizando-se os seguintes critérios: 1. importância que suas obras possuem na cultura brasileira; 2. longa história de atuação como compositores; e 3. ampla quantidade de materiais disponibilizados em acesso público. Ao analisar os processos de composição descritos nas entrevistas, depoimentos e textos publicados, a pesquisa organizou os dados a partir das três esferas da composição exploradas na parte teórica. Como resultado, foi possível compreender junto aos compositores os desafios de fazer da existência uma obra artística implicada com a seleção de encontros, a compreensão dos afetos emergentes, a temporalidade das composições, bem como as aberturas e limites para compor os modos de vida. Ao final desta trajetória que fez uma aproximação entre as teorias e os depoimentos, foram levantar pistas sobre as possibilidades de abordar e conectar a existência e a composição pela vida da prática clínica. Conclui-se que esta, em uma perspectiva cartográfica, configura-se como uma possibilidade interventiva que favorece aproximações plurais entre as potências de compor e de viver
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Palavras-chave
Clínica, Arte, Filosofia, Composição, Psicologia