Qualidade de vida de pacientes usuários de um programa de controle da dor em município do norte do Paraná
Data
2023-09-11
Autores
Tanida, Lilian Mayumi
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Resumo
Introdução: A dor crônica tem expressiva prevalência pelo mundo, comprometendo aspectos físicos e mentais dos indivíduos. O manejo da dor crônica busca otimizar o controle da dor, melhorar a funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes. Ainda, envolve diferentes estratégias e é um desafio para os profissionais e para os responsáveis pelas políticas públicas. Objetivo: Este estudo teve o objetivo de avaliar a qualidade de vida de pacientes com dor crônica tratados com medicamentos do Programa Paraná Sem Dor do município de Ibiporã no norte do Paraná. Métodos: A população de estudo foi composta por pacientes de 23 a 97 anos cadastrados no banco de dados do programa no mês de outubro de 2020. A coleta de dados ocorreu de fevereiro a outubro de 2021, através de entrevistas utilizando um questionário composto por 24 perguntas sobre dados sociodemográficos, hábitos de vida, condição de saúde, qualidade do sono, consumo de medicamentos, percepção da dor e qualidade de vida. Para a percepção da dor foi utilizada a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Numérica da Dor. Para mensuração da qualidade de vida foi utilizado o questionário Short Form 12-item health survey (SF-12) versão 2. Resultados: Foram entrevistados 216 pacientes, com a média de idade de 59,3 anos, sendo 71,8% mulheres, 55,5% dos entrevistados se declararam de cor branca, 59,7% dos pacientes possuíam ensino fundamental incompleto, 83,3% não eram tabagistas, 88,4% não consumiam bebida alcoólica e 76,8% não praticavam exercício físico. A pior qualidade de vida no componente físico esteve associada aos pacientes com 60 anos ou mais e com baixa escolaridade e foi significativo para as mulheres (RP 1,757; IC 95% 1,003-3,078), os que relataram que o medicamento não fez tanta diferença na percepção da dor (RP 2,265; IC 95% 1,319-3,890) e entre os pacientes que utilizavam apenas opioide (RP 1,698; IC 95% 1,070- 2,695) quando comparado aos pacientes que utilizavam apenas gabapentina ou gabapentina e opioide. Por outro lado, a pior qualidade de vida no componente mental foi mais prevalente entre os pacientes com 59 anos ou menos, que relataram qualidade do sono ruim, entre os que relataram que o medicamento do programa não fez tanta diferença na percepção da dor e entre os pacientes que utilizavam apenas gabapentina ou gabapentina com opioide. As variáveis com associação significativa foram possuir diagnóstico de depressão e/ou ansiedade (RP 2,206; IC 95% 1,272-3,824), autoavaliar a saúde mental como ruim (RP 3,372; IC 95% 1,664-6,832), que a saúde não permite a prática de exercício físico (RP 2,152; IC 95% 1,317-3,516) e não ter relatado reação adversa ao medicamento do programa quando comparado aos que relataram reação adversa (RP 0,621; IC 95% 0,405-0,952). Conclusões: Os resultados reforçam que a função física do indivíduo com dor crônica possui estreita relação com o alívio de dor que os medicamentos do programa proporcionam e sugerem a importância de estratégias não farmacológicas que envolvam acompanhamento psicoterapêutico e multidisciplinar destes usuários.
Descrição
Palavras-chave
Dor crônica, Qualidade de vida, Manejo da dor, Opioides, Gabapentina, Dor crônica - Tratamento, Dor crônica - Tratamento medicamentoso - Programa Paraná Sem Dor - Ibiporã, PR