Imunomoduladores contra bacterioses em tilápias: avaliação de ácidos orgânicos contra Francisella orientalis e determinação de potencial probiótico de cepas contra Streptococcus agalactiae

Data

2023-02-27

Autores

Silva, Vanessa Gomes da

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Resumo

A aquicultura tornou-se um dos setores mais proeminentes do agronegócio mundial. A produção brasileira de peixe de cultivo alcançou 860mil toneladas em 2022, e a tilápia permanece como a espécie mais cultivada no país. Porém, os sistemas intensivos trazem reveses como a alta incidência de doenças bacterianas, em especial a franciselose e estreptococose, que causam surtos com alta mortalidade nas pisciculturas. Para controlar esses surtos, vários antimicrobianos são utilizados tanto terapêutica quanto profilaticamente. O uso excessivo e indiscriminado implica no surgimento de cepas resistentes que se acumulam na água, nos sedimentos, no pescado comercializado e oferecem risco para o tratamento de infecções em animais e humanos. Assim, a aquicultura moderna tem visado práticas mais sustentáveis a fim de fornecer produtos seguros para o consumidor final. Nesse sentido, esta pesquisa buscou avaliar novos aditivos alimentares quanto à sua capacidade de promover ganhos à imunidade e maior resistência às enfermidades de maior ocorrência na tilapicultura nacional. No trabalho A, diferentes concentrações (3 g.kg-1 e 5 g.kg-1) de um aditivo composto por ácidos orgânicos foi incorporado à ração, fornecido durante 21 dias para juvenis de tilápia que, em seguida, foram desafiadas com Francisella orientalis. Os animais alimentados com 0,5% de Bacti-nil®Aqua apresentaram melhoras em parâmetros imunológicos, como lisozima e atividade antibacteriana do soro, e menor mortalidade quando comparados com grupos controles. A microbiota intestinal manteve características pré-desafio entre os grupos tratados, o que pode ser considerado um efeito benéfico do produto sobre o microbioma intestinal. No trabalho B, diferentes cepas de microrganismos tiveram seu potencial probiótico avaliado e, posteriormente foram testados quanto ao efeito imunomodulador e à resistência contra Streptococcus agalactiae sorotipo Ib. Lactococcus lactis apresentou boa tolerância a baixo pH, sais biliares e NaCl, assim como demonstrou antagonismo contra Enterococcus faecium e S. agalactiae in vitro. As cepas da levedura Yarrowia lipolytica demonstraram boa resistência nos testes in vitro. Na avaliação histomorfológica do fígado, os grupos alimentados com Y. lipolytica tiveram escores gerais mais baixos, indicando que a levedura ajudou a preservar a integridade do fígado. A adição de L. lactis e Y. lipolytica teve um efeito benéfico no sistema imune, com resultados significativos na atividade bactericida do soro e na sobrevivência após o desafio bacteriano. Os trabalhos desenvolvidos indicam que a adição de ácidos orgânicos e probióticos à ração são importantes ferramentas no estímulo da imunidade dos animais, assim como no combate a enfermidades, propagando uma aquicultura mais sustentável. Os microrganismos testados poderão ser amplamente utilizados como aditivos na ração e as técnicas desenvolvidas permitem a exploração de novas cepas probióticas, em especial, cepas autóctones que oferecem maior adaptação e segurança para os animais e para cadeia produtiva

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Palavras-chave

Ácidos orgânicos, Probióticos, Aquicultura sustentável, Aditivos alimentares, Imunomoduladores, Tilápia - Bacterioses, Tilápia (Peixe) - Criação, Tilápia (Peixe) - Franciselose (Bactéria), Tilápia - Streptococcus agalactiae

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