Efeitos da reposição estrogênica na adiposidade e na microbiota fecal de gatas previamente castradas

Data

2020-02-20

Autores

Haddad Neta, Jamile

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Resumo

A castração felina é fator de risco para obesidade e diabetes mellitus. O tratamento da obesidade é desafiador e busca por estratégias inovadoras, como a restauração dos efeitos hipofágicos do estrógeno por meio de sua reposição e a manipulação da microbiota de perfil magro. Este trabalho avaliou os efeitos do valerato de 17 ß-estradiol sobre o consumo alimentar, ganho de peso, perfil bioquímico, morfometria adipocitária e microbiota em 12 gatas divididas em três grupos: OH+E2 (gatas ovariohisterectomizadas com reposição estrogênica), OH (gatas ovariohisterectomizadas sem reposição estrogênica) e SHAM (gatas submetidas apenas à celiotomia). Utilizou-se a dose de 4 µg durante três meses (E1), e após um intervalo de 20 dias a dose foi aumentada para 12 µg durante três meses (E2). O registro do consumo alimentar e do peso foi diário e semanal, respectivamente. Amostras de sangue para exames bioquímicos e esfregaço vaginal para colpocitologia foram obtidos a cada seis semanas, sob sedação, e amostras de tecido adiposo subcutâneo foram colhidas sob anestesia no momento anterior ao experimento e ao final de E1 e E2. Amostras de fezes foram colhidas no último dia do experimento, armazenadas a -80°C e submetidas ao sequenciamento das regiões V3/V4 do gene 16S rRNA. A reposição com 4 µg não exerceu os efeitos hipofágicos e de perda de peso, enquanto a reposição com 12 µg resultou em perda de peso (p= 0,03), hipofagia nas primeiras quatro semanas e presença de células superficiais na colpocitologia. As dosagens bioquímicas apresentaram-se dentro dos valore de referência, com aumento de triglicérides (p=0,004) e ALT no grupo OH, enquanto a reposição com 12 µg mantiveram-nas em declínio. Houve aumento da área dos adipócitos em todos os grupos, sendo significativo no grupo OH (p= 0,026). A hipertrofia adipocitária foi mais discreta no grupo com reposição. Não houve diferença quanto à alfa diversidade da microbiota fecal entre os grupos, enquanto a beta diversidade mostrou uma diferença entre a estrutura das comunidades nos grupos. A relação Firmicutes/Bacteroidetes foi maior nos grupos OH e OH+E2 em comparação com SHAM, impulsionada pela maior abundância de Megasphaera, Megamonas e Dialister (p= 0,020) no grupo OH+E2, em comparação com SHAM. Como conclusão, a reposição de 17 ß-estradiol na dose de 12 µg promoveu um maior controle da adiposidade associado à presença de células superficiais na colpocitologia e diferença na beta diversidade da microbiota fecal

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Palavras-chave

Felinos, Castração, Obesidade, Estradiol, Microbiota fecal, Gato castrado - Obesidade, Gato castrado - Obesidade - Tratamento

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