Envelhecimento, capacidade de resiliência e treinamento resistido: efeito do exercício em diferentes condições de desuso sobre indicadores de saúde e função muscular

Data

2024-04-25

Autores

Carneiro, Marcelo Augusto da Silva

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Resumo

O desenvolvimento de estratégias que possam atenuar e/ou reverter os efeitos deletérios associados ao envelhecimento tem sido um grande desafio para profissionais e pesquisadores nas áreas de saúde. Assim, a presente tese foi estruturada a partir de três estudos. No primeiro estudo, nós analisamos os efeitos de intervenções pautadas em exercícios resistidos sobre a força muscular, potência muscular e aptidão funcional em idosos hospitalizados de maneira aguda, por meio de uma revisão sistemática com metanálise. Para tanto, nós selecionamos estudos clínicos aleatorizados que adotaram medidas de força muscular (preensão manual no handgrip e teste de uma repetição máxima no exercício leg press), potência muscular (potência máxima de saída no exercício leg press) e aptidão funcional (timed-up-and-go e short physical performance battery). No que tange aos nossos achados, esta meta-análise endossa o aumento de força e potência muscular e melhoria da aptidão funcional em favor da intervenção com exercícios resistidos em idosos hospitalizados de maneira aguda. No segundo estudo, novamente, uma revisão sistemática com metanálise foi empregada para comparar as possíveis alterações provocadas por intervenções baseadas em exercícios físicos, imediatamente após a alta hospitalar, com aquelas resultantes do cuidado usual, em idosos pós-hospitalizados. O comportamento da força de preensão manual, short physical performance battery, teste de caminhada de seis minutos e velocidade da marcha foram analisados por meio de estudos clínicos que ofereceram exercício resistido somente no período após a alta hospitalar. Os resultados revelaram que a intervenção com exercícios resistidos após a alta hospitalar promove melhores respostas adaptativas em comparação aos cuidados habituais, incluindo orientação para realização de atividade física. Por fim, no terceiro estudo analisamos o impacto de dois anos de interrupção do treinamento resistido sobre a composição corporal, força muscular, perfil metabólico e desempenho físico em mulheres idosas fisicamente independentes. Adicionalmente, para investigar a capacidade de resiliência, comparamos as mudanças provocadas por 12 semanas de retreinamento com as mudanças alcançadas após as primeiras 12 semanas de treinamento. Nesse sentido, 67 idosas foram submetidas a um programa de treinamento resistido de corpo inteiro durante 24 semanas (8–12 repetições, oito exercícios, três séries), em três sessões semanais em dias não consecutivos. A partir daí, um período de interrupção de dois anos foi estabelecido em virtude da pandemia de COVID-19. Na sequência, as participantes idosas foram submetidas a 12 semanas de retreinamento. Indicadores de composição corporal (absortometria radiológica de dupla energia), força muscular (testes de 1RM), perfil metabólico (concentrações de lipídeos sanguíneos) e aptidão funcional (testes motores) foram analisados nas diferentes etapas do estudo. Nosso resultados sugerem que dois anos de destreinamento causam prejuízos nos biomarcadores de saúde e função muscular que podem não ser recuperados totalmente após um período curto de retreinamento, indicando baixa capacidade de resiliência devido a menores mudanças provocadas por 12 semanas de retreinamento comparado as primeiras 12 semanas de intervenção sobre a massa muscular esquelética, massa isenta de gordura e osso apendicular, força muscular, perfil metabólico e aptidão funcional em mulheres idosas fisicamente independentes.

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Palavras-chave

Atrofia muscular, Capacidade funcional, Hospitalização, Isolamento social, Treinamento de força

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