Gestão de custos em um pronto-socorro durante a pandemia de COVID-19
Data
2023-02-15
Autores
Oliveira, Letícia Coutinho de
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Resumo
A pandemia de COVID-19 trouxe como consequência um aumento exponencial de atendimentos nos serviços de pronto-socorro, setor responsável pelo primeiro atendimento ao paciente no âmbito intra-hospitalar. Objetivo: analisar os custos operacionais do atendimento de pacientes com diagnóstico de COVID-19 no pronto-socorro e os valores faturados das contas hospitalares conforme sua complexidade assistencial. Método: foram construídos dois manuscritos, o primeiro trata-se de um estudo transversal, descritivo, com pesquisa documental, retrospectiva de abordagem quantitativa, realizado no pronto-socorro de um hospital universitário terciário referência, localizado no norte do Paraná, nos anos de 2020 e 2021. A amostra analisada compreende 347 pacientes com diagnóstico de COVID-19. Como metodologia de custos utilizou-se o microcusteio por absorção. Já o segundo manuscrito trata-se de um estudo transversal, analítico, realizado por meio de pesquisa documental retrospectiva com abordagem quantitativa, desenvolvido no mesmo hospital, no ano de 2021, também com uma amostra de 347 pacientes com diagnóstico de COVID-19. Para identificar a complexidade assistencial foi aplicado o instrumento de classificação do paciente proposto por Fugulin. Os dados de custos foram obtidos por meio do sistema de faturamento após fechamento da autorização de internação hospitalar, bem como pelo prontuário eletrônico do paciente, sendo então analisados e expressos de forma descritiva e inferencial. Resultados: Os resultados obtidos no primeiro estudo apontam o perfil predominante de atendimentos a homens (56,20%), com idades entre 61 e 70 anos (27,95%), casados (46,69%), brancos (81,84%) e moradores de Londrina (61,96%). O tempo médio de internação total para pacientes graves foi de 12,20 dias, enquanto que para pacientes tratados em enfermarias foi de 8,38 dias. O desfecho principal foi a alta melhorado (57,35%). Os custos operacionais totais no ano de 2020 foram de R$ 28.461.152,87, e em 2021 os valores encontrados foram de R$ 43.749.324,61, evidenciando um aumento de 34,95%. Diante disso, o custo médio do paciente-dia no pronto-socorro foi de R$ 2.614,45 em 2020 e R$ 3.351,93 em 2021. Já os resultados do segundo estudo mostram que a complexidade assistencial predominante foi o cuidado de alta dependência, sendo que esta variável se eleva em pacientes do sexo masculino com idades superiores a 60 anos, possuindo efeito significativo sobre o tempo de permanência hospitalar e o desfecho do tratamento. Também observou-se que altos níveis de complexidade assistencial estão diretamente relacionados ao aumento dos custos hospitalares, sendo o valor médio de cuidados mínimos R$ 3.100,95, cuidados intermediários R$ 4.482,60, alta dependência R$ 11.540,43, semi-intensivos R$ 8.808,30 e intensivos R$ 12.610,02. Conclusão: Observa-se uma reação em cadeia com relação a deterioração clinica dos pacientes, o que sobrecarregou o sistema. Conhecer os custos operacionais do pronto-socorro, o custo médio do paciente-dia e utilização de instrumentos de classificação de complexidade assistencial possibilita o planejamento financeiro e orçamentário institucional podendo contribuir na tomada de decisões gerenciais
Descrição
Palavras-chave
Custos e análise de custo, Serviços médicos de emergência, Custos hospitalares, COVID-19, Infecções por Coronavírus, Enfermagem, Enfermagem - Autocuidado, Enfermeiros - Qualidade de vida no trabalho