Avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial de crianças e adolescentes com Síndrome Respiratória Aguda Grave e Síndrome Gripal, durante a pandemia da Covid-19

Data

2022-12-09

Autores

Silva, Kennia Cristine de Souza

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Resumo

A principal manifestação clínica da COVID-19 é a Síndrome Respiratória Aguda Grave, uma complicação da Síndrome Gripal, na qual há o comprometimento da função pulmonar e que pode acometer todas as idades. Diante da elevada frequência de infecções respiratórias virais na infância e adolescência, somada à identificação de um novo vírus denominado SARS-CoV2, que causou a Pandemia da Covid-19, percebeu-se a necessidade de avaliar os fatores epidemiológicos preditores de mau prognóstico no rol das infecções respiratórias nessa faixa etária infanto-juvenil. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi de avaliar clínica, pidemiológica e laboratorialmente, crianças e adolescentes com Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) e com Síndrome Gripal (SG), durante a pandemia da Covid-19. Considera-se que, esse estudo fornecerá subsídios necessários ao melhor manejo das infecções respiratórias nessa faixa etária. Portanto, analisamos os achados clínicos, laboratoriais e epidemiológicos de pacientes nessa faixa etária, com SRAG e com SG, atendidos no Hospital Universitário de Londrina, no Paraná, durante os anos de 2020 e 2021, no contexto da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo transversal, no qual foram incluídos 977 pacientes, com idade de 1 dia até 18 anos e 11 meses. A análise estatística foi realizada com o software XLStat Versão 19.4 Constatou-se maior incidência de SARS-CoV2 nos meses de julho a setembro de 2020 e no período de maio a julho de 2021, houve um aumento expressivo de internações por SRAG no ano de 2021. A maioria das internações ocorreu em pacientes abaixo dos dois anos de idade e apesar da maioria das crianças com comorbidade ter manifestado SG observamos um aumento de pacientes com comorbidade e SRAG no ano de 2021. Em relação à Covid-19, em 2020 ocorreu predomínio na faixa etária de 15 anos ou mais, enquanto em 2021 os casos aumentaram em todas as faixas etárias, em especial após os 11 anos e em menores de 2 anos. Observou-se maior taxa de internação em crianças menores de 2 anos de idade no ano de 2021 em comparação ao ano de 2020. A tosse foi o sintoma mais frequente, seguido de dispneia, febre e queda de saturação. Em 2020, 46% dos pacientes necessitaram de suporte ventilatório ao passo que, no ano de 2021, o uso de suporte ventilatório representou 13,39% da amostra. Em contrapartida, em 2021, foi observado em crianças menores de dois anos maior frequência de dispneia, queda de saturação e obstrução nasal, já adolescentes de 15 anos ou mais, apresentaram maior frequência de dor de garganta, fadiga, mialgia, anosmia, ageusia e diarreia. A letalidade foi baixa nos dois anos estudados, todavia foram detectados quatro casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica no período e um deles foi a óbito. Quanto aos exames laboratoriais, desidrogenase láctica foi um excelente marcador de gravidade, elevada em todos os pacientes com SRAG, exceto em dois adolescentes. No ano de 2020, os pacientes que tiveram SRAG, apresentaram maior frequência de anemia, elevação dos exames D-Dímero, creatinofosfoquinase fração MB e lactato. Em crianças de 2 a 5 anos houve maior frequência de elevação de proteína C reativa (PCR), fibrinogênio, transaminase oxalacética e transaminase pirúvica. Adolescentes a partir de 15 anos de idade apresentaram maior frequência de elevação de creatinina. Em 2021, houve maior elevação de PCR e da creatinina a partir de 15 anos de idade. Concluímos que a incidência de pacientes com SG e SRAG por Covid-19 foi mais elevada do que por outros vírus detectados: Vírus Sincicial Respiratório, Rinovírus e Adenovírus. A Covid-19 se manifestou com sintomas leves nessa população pediátrica, porém foi uma causa importante de internação em UTI. Detectamos diferenças nos sintomas e exames laboratoriais no decorrer do período analisado, portanto, as manifestações clínicas e laboratoriais pela Covid-19 podem mudar no decorrer dos anos e estudos epidemiológicos são fundamentais para continuar monitorando essas alterações.

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Palavras-chave

Covid-19, Criança, Síndrome respiratória aguda grave, Coronavírus, SARS-CoV-2, Vírus respiratório, Síndrome gripal

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