Análise dos fatores associados à letalidade por sepse relacionada a assistência à saúde em crianças hospitalizadas em unidade de terapia intensiva

Data

2022-02-04

Autores

Amarante, Ana Cristina Alba

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Resumo

Objetivo: Analisar os fatores associados a letalidade por sepse associada às infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) em crianças internadas em unidade de terapia intensiva (UTI) de um hospital universitário público do sul do Brasil. Métodos: Estudo caso-controle, cuja amostra foi composta por 90 crianças internadas na UTI pediátrica no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2018. A coleta das informações foi realizada por meio de pesquisa em prontuários e informações das fichas de notificação de IRAS da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Os dados foram analisados no software Statistical Package for the Social Science, onde as associações entre as variáveis e o óbito foram avaliadas por meio do teste Quiquadrado (X2) ou Exato de Fisher quando apropriado, regressão logística simples e regressão logística múltipla, a medida de associação foi a Odds Ration (OR), com intervalos de confiança (IC) de 95%. O nível de significância adotado foi de 5% (p <0,05). Resultados: A análise bivariada demonstrou que o óbito esteve associado a idade menor ou igual a 12 meses (OR 5; IC 1,07-23,33; p 0,029); presença de comorbidade (OR 14,25, IC 1,80-112,46, p < 0.001), mal formação congênita (OR 3,28, IC 1,17-9,15, p 0,021), cardiopatia (OR 6, IC 1,83-19,67, p 0,004; neoplasia ( OR 17,25, IC 1,80-164,94, p 0,008) pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV) de repetição ( OR 17,25, IC 1,80-167,94, p 0,008), choque séptico ( OR 10,16, IC 3,26- 31,65, p<0,001), uso de noradrenalina (OR 6.34, IC 2,01-19,98, p 0,002), uso de adrenalina ( OR 8,5, IC 1,43-50,53, p 0,021), infecção por CR (resistente a carbapenêmicos) (OR 14,57 IC 2,66-79,80, p 0,0012). Após a análise múltipla as variáveis cardiopatia (OR 12,48; IC 2,55-60,93; p 0,002), infecção por CR (OR 31,51; IC 4,01-247,25, p 0,001), neoplasia (OR 58,23; IC 4,54-746,27; p 0,002), uso de adrenalina (OR 13,14; IC 1,35-128,02, p 0,003) permaneceram associadas ao óbito. As bactérias Gram-negativas estiveram mais associadas à sepse secundária a PAV e à infecção do trato urinário relacionada a cateter vesical de longa permanência; e Staphylococcus coagulase negativa foi o agente mais frequente na infecção primária de corrente sanguínea. Conclusão: A sepse hospitalar secundária a PAV e associada a CR contribuiu para um elevado índice de letalidade na UTI pediátrica. As crianças portadoras de cardiopatia, neoplasia ou que necessitaram de adrenalina apresentaram piores desfechos.

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Palavras-chave

Sepse, Unidade de terapia intensiva, Infecção hospitalar, Epidemiologia nos serviços de saúde

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