Autoeficácia docente e condições de acesso a recursos digitais no contexto do ensino remoto no ensino fundamental

Data

2023-01-30

Autores

Faiam, Dayane Pelacine Marques

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

A autoeficácia docente é um construto que pode ser definido como as crenças que os professores possuem em suas capacidades para nortear os processos de ensino e de aprendizagem dos alunos, mesmo em situações diferenciadas. Partiu-se do seguinte problema de pesquisa: Como os docentes do Ensino Fundamental percebem suas crenças de autoeficácia diante dos desafios propostos pelo Ensino Remoto Emergencial (ERE) em função da Pandemia do COVID-19 e quais as condições de acesso aos recursos necessários para atuar nesse contexto? O objetivo geral foi examinar o perfil dos professores de Ensino Fundamental quanto à Autoeficácia Docente e ao acesso aos recursos digitais no contexto do ERE. O estudo refere-se a uma pesquisa exploratória e descritiva, da qual participaram 88 professores do Ensino Fundamental, sendo oito do gênero masculino e 80 do feminino; a faixa etária variou de 20 a 59 anos. A coleta de dados foi realizada on-line por meio do Google Forms e utilizou-se de um questionário sociodemográfico para caracterização dos participantes e uma Escala de Avaliação de autoeficácia docente para o ensino remoto, desenvolvida por Souza, Lacerda, Andrade e Silva (2021). A escala é formada por 28 itens divididos em dois fatores: Fator 1) Autoeficácia para o Ensino Remoto em Tempos de Pandemia (18 itens) e Fator 2) Acesso a Recursos para o Ensino Remoto em Tempos de Pandemia (10 itens). A análise dos dados sociodemográficos apontou que 56,82% dos participantes relataram ter vivenciado dificuldades na execução das aulas e atividades no formato remoto, 96,59% afirmaram ter realizado adaptações em suas disciplinas para o ensino remoto, 75% relataram não terem feito capacitações sobre o ensino na modalidade a distância e 71,59% afirmaram não ter experiência como docente num curso/disciplina em EAD. Sobre o tipo de acesso à internet utilizado neste período, 86,36% dos docentes desenvolveram todas as aulas em suas casas por meio de banda larga, demonstrando a proatividade docente em busca de utilizar a internet que possuía maior conexão e segurança, mesmo diante da precariedade de condições de acesso aos recursos tecnológicos vivenciado. Quanto ao perfil dos professores em relação às crenças de autoeficácia docente e ao acesso a recurso para o Ensino Remoto Emergencial (ERE), os resultados evidenciaram diferenças significativas entre os gêneros feminino e masculino, e apontaram que os participantes do gênero masculino apresentam maior acesso aos recursos digitais, não havendo diferenças significativas entre os fatores da escala em função da faixa etária. Os resultados também evidenciaram diferenças significativas entre os participantes que relataram ter feito ou não capacitações para o ensino na modalidade da EaD, sendo as maiores médias para os com capacitações, e também diferenças significativas ao comparar os participantes com e sem experiência, e observou-se maiores escores para os participantes com experiência, em relação aos dois fatores da escala. A presente pesquisa trouxe contribuições importantes, em especial sobre a importância da formação docente como elemento fundamental a uma prática pedagógica que conduza a uma avaliação docente positiva sobre sua capacidade para organizar e realizar as atividades exigidas e necessárias para atingir os resultados educacionais, fator esse de grande importância para a elevação do nível de autoeficácia docente.

Descrição

Palavras-chave

Autoeficácia docente, Ensino remoto emergencial (ERE), Ensino fundamental, Prática pedagógica, Educação, Ensino a distância, Ensino fundamental - Formação de professores, Isolamento social - COVID-19, Tecnologia digital

Citação