Efeitos de um programa para promoção da atividade física nos indicadores de saúde mental de adolescentes
Data
2022-11-25
Autores
Silva, Jadson Marcio da
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Resumo
Diante dos benefícios da atividade física (AF) para a saúde mental, aproximadamente 80% dos adolescentes não atendem as recomendações para a prática de atividade física. Desta forma, tornam-se necessários programas para promoção da AF para a melhoria da saúde mental de adolescentes. O objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de um programa para promoção da atividade física nos indicadores de saúde mental de adolescentes. Esse estudo teve como característica um ensaio clínico randomizado com de 12 semanas de duração. A amostra foi composta por adolescentes de ambos os sexos (52,8% feminino) com idades entre 12 e 14 anos, os quais foram alocados em dois grupos (grupo intervenção n= 169 e grupo controle= 149). O programa de intervenção incluiu os seguintes componentes: sessões estruturadas com exercícios de fortalecimento muscular e cardiorrespiratório; incentivo a prática de AF fora do ambiente escolar (auto-monitoramento e estabelecimento de metas); e orientação sobre o estilo de vida (e-heath). Também foram enviadas mensagens aos pais/responsáveis com o intuito de promover o conhecimento e enfatizar a importância dos pais apoiarem seus filhos na aquisição de um estilo de vida saudável. As coletas de dados foram realizadas em dois momentos (pré e pós-intervenção). Os indicadores de saúde mental analisados foram: ansiedade e depressão mediante a escala DASS 21; qualidade do sono por meio do questionário de Pittsburgh; e bem-estar psicológico por meio do questionário Kidscreen-27. A AF foi avaliada pelo questionário PAQ-A. Para analisar os efeitos da intervenção sobre os indicadores de saúde mental, foram construídas equações de estimativas generalizadas (GEEs). A comparação intergrupos foi realizada pela análise de covariância. Foi adotado um nível de significância de p<0,05. Após 12 semanas de intervenção, não foram observadas diferenças significativas no grupo intervenção (GI) para o escore do sono (Pré: 4,1; IC95%: 3,6 - 4,6 x Pós: 4,5; IC95%: 4 - 5), ansiedade (Pré: 4,4; IC95%: 3,5 - 5,2 x Pós: 4,8; IC95%: 3,9 - 5,7), depressão (Pré: 4; IC95%: 3,3 - 4,7 x Pós: 4,5; IC95%: 3,7 - 5,2) e bem-estar psicológico (Pré: 24; IC95%: 22,8 - 25,2 x Pós: 24 IC95%: 22,9 - 25,1). Já para o grupo controle, foi encontrada diminuição significativa do bem-estar psicológico entre os momentos (Pré: 24,6; IC95%: 23,2 - 26,1 x Pós: 23 IC95%: 21,8 - 24,2). Nas análises de subgrupos, foi observada diminuição significativa nos escores de depressão apenas nos adolescentes classificados com sintomas moderado do GI (Pré: 15; IC95%: 15 - 15 x Pós: 14,1; IC95%: 13,8 - 14,6). Em relação às analises intergrupos, foram encontradas diferenças significativas nos escores do sono nos valores brutos (p=0,01), ajustado por sexo (p=0,02) e ajustado pela atividade física (p=0,01). Conclui-se que 12 semanas de intervenção de um programa de intervenção de atividade física promoveu redução significativa nos adolescentes com sintomas moderados de depressão.
Descrição
Palavras-chave
Exercício físico, Estilo de vida, Ansiedade, Depressão, Adolescente