Cicatrização de feridas e biacúmulo de prata em ratos wistar tratados topicamente com o antimicrobiano nanopartícula de prata
Data
2020-02-27
Autores
Camargo, Larissa Ciappina
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Resumo
Infecções nas feridas dos pacientes com queimaduras, pós-operatório, entre outros,
são umas das mais temidas complicações, pois o ferimento atua como um meio de
cultura ideal para a colonização e proliferação de microrganismos. Nesses casos a
pele que normalmente serve como uma barreira física contra micróbios encontra-se
lesionada e precisa ser reparada de forma rápida e adequada. Devido a essa
problemática o objetivo do presente trabalho foi formular géis contendo
nanopartículas de prata (bio-AgNP) obtidas a partir da biomassa de Fusarium
oxysporum, e avaliar a sua atividade antibacteriana, cicatrizante e verificar a
ocorrência do bioacúmulo da prata no organismo. Para o teste de cicatrização, foram
usados 60 ratos adultos, da raça Wistar, nos quais foi feita uma lesão na região
dorsal. As feridas foram tratadas diariamente com as formulações (F250 e F500), a
base do produto (componentes da formulação sem bio-AgNP), a sulfadiazina de
prata (controle positivo) e com solução fisiológica (controle negativo) de acordo com
o grupo experimental. Registros da avaliação macroscópica e coleta do tecido
epitelial da lesão foram feitos nos dias: 1°, 5°, 9° e 17° dias após a cirurgia, para
avaliação histológica. Os animais tratados tiveram coletados o cérebro, um dos rins,
o fígado, testículo, baço e sangue para quantificação de prata por espectrofotometria
de absorção atômica. Para a verificação da atividade antimicrobiana dos produtos
desenvolvidos foi realizada a técnica de curva de sobrevivência e morte. Os
microrganismos testados foram Escherichia coli ATCC 25922, Staphylococcus
aureus ATCC 25923 e Pseudomonas aeruginosa ATCC 9027. O resultado do ensaio
in vitro mostrou que as formulações com bio-AgNP tiveram ação antimicrobiana,
assim como o controle positivo (sulfadiazina de prata - SD). Referente à cicatrização,
não foram observadas variações significativas entre as médias das áreas das lesões
tratadas com as diferentes formulações em relação à solução fisiológica (CTL) e a
SD. Quanto ao acúmulo de prata nos diversos órgãos e no sangue, não houve
diferença significativa entre o grupo CTL e os grupos experimentais após 17 dias de
tratamento, o que indica que os tratamentos com os produtos formulados não
ocasionam acúmulo de prata no organismo. O produto formulado contendo
nanopartículas de prata biológicas apresentou potente proteção contra
microrganismos, pois diminuiu a carga microbiana na lesão no decorrer dos dias de
tratamento. Além disso, mostrou que não interferiu no proceso de cicatrização e não
resulta em acúmulo de prata nos órgãos estudados, sendo uma alternativa para o
tratamento de pacientes com feridas.
Descrição
Palavras-chave
cicatrização, infecção, in vivo, acúmulo de prata, antibacteriano