Prevalência e intensidade da sede infantil no pós-operatório imediato
Arquivos
Data
Autores
Riviera, Andressa Aparecida
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Resumo: Introdução: A sede na criança cirúrgica é um desconforto deflagrado por diversos fatores: jejum prolongado, ansiedade causada pelos procedimentos invasivos, temor do desconhecido, dor, medicamentos anestésicos, assim como pelo sangramento intraoperatório A sede da criança no pós-operatório é intensa, porém insuficientemente identificada, mensurada e tratada Investigar sua prevalência e intensidade contribuirá para a adoção de medidas para seu alívio Objetivo: Analisar a sede da criança no pós-operatório imediato e seus fatores associados Método: Estudo transversal e analítico, em um hospital-escola de grande porte no Paraná, na sala de recuperação anestésica (SRA) A intensidade da sede foi avaliada por escala de faces (zero a quatro), depois de os pacientes terem sido aprovados no índice de Steward O processamento dos dados foi realizado no programa Microsoft Excel, com dupla digitação dos dados, exportados para o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 2 Foram analisadas as frequências absolutas e relativas para as variáveis categóricas, e média, mediana, desvio padrão, valores mínimos e máximos para as variáveis contínuas Realizou-se análise bivariada para verificar a associação entre a intensidade da sede e as variáveis independentes A razão de prevalência (RP) foi calculada por regressão de Poisson, com variância robusta e respectivos intervalos de confiança (IC 95%) Permaneceram no modelo final as variáveis independentes que mantiveram associação significativa após o ajuste (p<,5), de acordo com o teste de Wald Resultados: A amostra foi constituída de 78 pacientes, sendo a predominância de sexo masculino, 7,5%, com idade entre 4 a 12 anos (média =7,7; dp=2,4) O tempo de jejum pré-operatório variou de 6 a 72 horas, com media de 13,4 horas (dp=7,7) A prevalência de sede foi de 88,5%, sendo que 39,7% referiram sede no pós-operatório e 48,7% desde o pré-operatório Em relação à intensidade da sede, 11,5% verbalizaram sede leve, 19,5% sede moderada, 2,5% sede forte e 37,2 % sede intensa A verbalização foi espontânea, com 59% das crianças Os fatores associados à maior intensidade da sede foram: sexo feminino (RP=1,27 IC95%: 1,5-1,54); queixa espontânea da sede (RP=1,29 IC95%:1,4-1,6); referir sensação de boca seca (RP=1,93 IC95%: 1,33-2,8) e de saliva grossa (RP=1,43 IC95%: 1,15-1,78) A idade apresentou associação inversa com a intensidade da sede, ou seja, quanto menor a idade, maior a intensidade da sede (beta= -,53; p=,1) Conclusão: A sede na criança cirúrgica tem alta prevalência e intensidade no período pós-operatório imediato, sem verbalização espontânea pela maioria das crianças Crianças mais novas apresentam mais sede, assim como meninas sentem sede mais intensa que os meninos Os atributos da sede frequentemente manifestados foram garganta seca e saliva grossa Isso sugere a necessidade de mensuração intencional da sede por parte da equipe de saúde e de estratégias que promovam seu alívio
Descrição
Palavras-chave
Enfermagem cirúrgica, Sede (Fisiologia), Crianças, Cirurgia, Surgical nursing, Thirst (Physiology), Pediatric surgery