Manejo da sepse em uma Unidade de Emergência de um Hospital Universitário
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Sanches, Caroline Tolentino
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Resumo
Resumo: A sepse é considerada um grave problema de saúde pública em todo o mundo, atingindo elevados índices de morbimortalidade O objetivo deste trabalho foi analisar o atendimento inicial, a evolução e as declarações de óbito dos pacientes com sepse em uma unidade de emergência de um hospital universitário do Sul do País Estudo longitudinal, prospectivo, cuja amostra de conveniência foi composta por pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, admitidos ou que desenvolveram sepse grave ou choque séptico na unidade de emergência entre agosto de 213 e novembro de 214 Os dados foram coletados pelos gerentes de atendimento ao paciente séptico da instituição utilizando fichas de notificação de sepse; os dados secundários foram coletados dos prontuários dos pacientes A análise estatística foi realizada pelo programa Statistical Package for the Social Sciences – SPSS, versão 2, considerando valor de p < ,5 como significativo Do total de 139 pacientes incluídos no estudo, 67,6% apresentaram sepse grave, e 32,4% choque séptico A média de idade desses pacientes foi de 64,2 anos, a maioria era de raça branca (82,7%) e apresentava comorbidades (91,4%) A taquicardia (65%) e a taquipneia (65%) foram os critérios da Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica mais frequentes, e a pneumonia o foco infeccioso mais comum As principais disfunções orgânicas foram a respiratória (84,9%) e a hemodinâmica (56,1%) Quanto aos fatores de risco para o óbito, apresentaram associação significativa a disfunção hemodinâmica, três ou mais disfunções orgânicas, pontuações elevadas nos escores APACHE II e SOFA, valor elevado do lactato e uso de ventilação mecânica Quanto ao tratamento dos pacientes de acordo com as diretrizes da Campanha de Sobrevivência à Sepse (CSS), a coleta do lactato na primeira hora foi realizada em 5,4% dos pacientes As culturas foram coletadas adequadamente em 41% dos casos O tempo para início da terapia antimicrobiana foi adequado em 49,6% dos casos; o tratamento da hipotensão e hiperlactatemia foi aderente às recomendações em 69,8% dos casos A mortalidade geral foi de 61,2% entre os pacientes, sendo 53,2% na sepse grave e 77,8% no choque séptico Em relação às declarações de óbito, a sepse foi relatada em 78,8% dos casos, tanto como causa intermediária quanto como causa imediata As principais causas básicas encontradas neste estudo foram doenças do aparelho circulatório (11,7%) e do aparelho digestivo (11,7%) As principais causas contribuintes para o óbito foram as doenças do aparelho circulatório (51,9%), as doenças endócrinas, metabólicas e nutricionais (19,5%) e as doenças do aparelho geniturinário (14,3%) Conclui-se que, neste estudo, a sepse apresentou elevadas taxas de mortalidade, atingindo pacientes com idade avançada e que apresentavam comorbidades Disfunção hemodinâmica, a presença de três ou mais disfunções, pontuações elevadas nos escores APACHE II e SOFA, lactato elevado e uso de ventilação mecânica estiveram associados com uma chance maior de óbito
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Palavras-chave
Septicemia, Medicina de emergência, Mortalidade, Sepsis, Emergency medicine, Mortality