Possibilidades para uma ciência do comportamento própria : entre a subversão e o ajustamento social

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Flores Junior, Cândido Rocha

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Resumo: Sob uma interpretação comportamentalista radical, haveria uma relação recíproca entre comportamento científico e contexto social Noções de neutralidade da prática científica se tornam inviáveis, enquanto se faz necessário o exame de suas dimensões políticas A discussão sobre essas dimensões na academia latino-americana encontra referência seminal em Fals Borda O sociólogo colombiano propôs uma concepção de ciência própria e subversiva como oposição ao colonialismo intelectual responsável pela manutenção da dependência em relação ao conhecimento e os critérios científicos estabelecidos nos países desenvolvidos Pensar uma ciência do comportamento politicamente engajada exige a articulação a essa discussão situada no contexto local Com o objetivo de investigar as contribuições da proposta de uma ciência própria e subversiva para a construção de um projeto científico de base comportamentalista radical, foi realizada uma pesquisa teórica dividida em três etapas O objetivo da primeira etapa foi caracterizar uma ciência própria e subversiva, aplicando o Procedimento de Interpretação Conceitual de Texto ao livro “Ciencia Propia y Colonialismo Intelectual”, de Fals Borda A segunda etapa foi voltada à exposição de dimensões ético-políticas da literatura comportamentalista radical nacional As fontes foram textos comportamentalistas radicais brasileiros que tratem de conteúdos e posições no campo da ética e da política A etapa três teve como objetivo relacionar as noções de ciência própria e subversiva descritas por Fals Borda e as dimensões ético-políticas investigadas no comportamentalismo radical As propostas de Fals Borda foram analisadas conceitualmente e contextualizadas a debates atuais sobre as situações colônias, a conjuntura latino-americana e a crise vivida no Brasil Uma ciência própria latino-americana contribui com o conhecimento universal partindo de critérios e necessidades do contexto local Essa ciência seria necessariamente subversiva, por confrontar um status quo de dependência intelectual, comprometendo-se com valores de ruptura das estruturas sociais Com a análise dos textos comportamentalistas radicais selecionados, pudemos identificar uma literatura com dimensões ético-políticas diversificadas, que se modificam ao longo do tempo Diferentes tendências e modos discursivos puderam ser identificados, compatibilizando em maior ou menor grau com um projeto de ciência própria e subversiva Há potenciais subversivos na teoria e um interesse crescente por parte da comunidade de analistas do comportamento em aproximar-se de questões políticas, movimentos sociais e itinerários de transformação social Defendemos o fomento a um novo campo capaz de favorecer esses potenciais, uma psicologia social comportamentalista radical que (1) forneça uma teoria contextualista do sujeito social; (2) privilegie mediações teóricas com os estudos sociais latino-americanos; (3) investigue o comportamento em contextos diversos; e (4) envolva também o estudo do comportamento científico Espera-se que a pesquisa traga, em sua síntese, uma contribuição ao projeto de uma ciência do comportamento comprometida com as necessidades locais, sob valores de transformação social

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Palavras-chave

Comportamentalismo radical (Psicologia), Análise do comportamento, Colonialismo intelectual, Radical behaviorism (Psychology), Behavior analysis, Intellectual colonialism

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