Deficiência de vitamina D, inflamação e estresse oxidativo em pacientes com doença renal crônica não dialítica

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Soares, Abel Esteves

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Resumo

Resumo: A progressão da DRC eleva substancialmente os riscos de eventos cardiovasculares e de morte e está associada a elevados níveis de marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo, os quais por sua vez estão associados, entre outras condições, à progressão mais rápida para doença renal terminal e aumento na mortalidade de todas as causas A hipovitaminose D - 25(OH) vitamina D < 3 ng/mL - vem sendo associada a desfechos renais e cardiovasculares desfavoráveis na população geral e em pacientes com DRC e a sua reposição pode melhorar parâmetros de inflamação e em concomitância ao bloqueio farmacológico do sistema renina-angiotensina (SRA) reduz a proteinúria em modelos experimentais e em pacientes com nefropatias Este estudo avaliou o efeito de seis meses de suplementação oral com colecalciferol para pacientes adultos com DRC não dialítica sobre um painel de biomarcadores inflamatórios (fibrinogênio, proteína C reativa, homocisteína e interleucina-6) e de estresse oxidativo (capacidade antioxidante total plasmática, metabólitos do óxido nítrico e hidroperóxidos) e, também, o efeito da suplementação de colecalciferol sobre a taxa de filtração glomerular estimada (TFGe) nos pacientes que se encontravam utilizando inibidores do SRA (ISRA) concomitantemente A suplementação foi feita com cápsulas contendo 5UI de colecalciferol e teve sua periodicidade definida a partir dos níveis basais de 25(OH) vitamina D Duzentos e seis pacientes iniciaram o estudo e hipovitaminose D estava presente em 111 pacientes (53,88%) Ao início do estudo, os pacientes dos grupos com e sem hipovitaminose D apresentavam diferenças significativas em algumas variáveis, sendo que os do grupo com baixa vitamina D tinham menores TFGe, níveis tensionais mais elevados e maiores níveis de proteinúria, indicando maior gravidade da DRC neste grupo Cento e setenta e sete pacientes completaram os 6 meses de estudo (96 no grupo com deficiência de vitamina D e 81 com níveis séricos considerados adequados na situação basal) O esquema terapêutico utilizado foi adequado para normalizar os níveis séricos de vitamina D em 75% dos pacientes, mas com os biomarcadores utilizados, não se observou redução no estresse oxidativo e no estado inflamatório destes pacientes Analisando a interação entre as variáveis tempo, tratamento com colecalciferol e o uso de ISRA, observou-se que a suplementação de vitamina D concomitante ao uso ISRA esteve associada à significativa preservação da TFGe (mediana inicial de 33 e final de 32 mL/min/1,73m2 – P = ,56) e queda na TFGe quando não houve suplementação com colecalciferol (mediana inicial de 41 e final de 39 mL/min/1,73m2 – P = ,32) Pôde-se concluir que seis meses de suplementação com colecalciferol foram suficientes para a obtenção de valores de referência de vitamina D, mas não produziu mudanças significativas nos parâmetros de estresse oxidativo e de inflamação dos pacientes estudados A suplementação de colecalciferol simultaneamente ao uso de ISRA protegeu os rins da redução na TFGe e pode representar uma estratégia de renoproteção para este grupo de pacientes Estudos adicionais são necessários para a confirmação destes achados

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Palavras-chave

Insuficiência renal crônica, Deficiência de vitamina D, Inflamação, Estresse oxidativo, Rins, Chronic renal insufficiency, Vitamin D deficiency, Renal diseases

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