Toxoplasmose adquirida na gestação e congênita : características epidemiológicas, clínicas e diagnóstico laboratorial

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Capobiango, Jaqueline Dario

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Resumo

Resumo: Objetivos: Os objetivos deste estudo foram avaliar as características epidemiológicas e clínicas de crianças com toxoplasmose congênita; implantar a notificação de toxoplasmose adquirida durante a gestação e toxoplasmose congênita; avaliar os métodos de Western Blot (WB) para o diagnóstico da toxoplasmose congênita e de enzimaimunoensaio com proteína recombinante de roptria 2 do T gondii (ELISA-rROP2) para detecção de IgG anti-T gondii em gestantes Materiais e Métodos: Foi realizado um levantamento dos casos de toxoplasmose congênita atendidos, no período de 2 a 21, no Ambulatório de Infectologia Pediátrica, do Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário, da Universidade Estadual de Londrina (AEHU/UEL); posteriormente, foi implantada uma rotina de notificação de toxoplasmose na gestante e congênita, no período de agosto de 213 a agosto de 214, após a construção de uma ficha epidemiológica e um fluxo de notificação dos casos suspeitos e foram avaliados os métodos de WB com antígeno total de T gondii em amostras de 99 pares de mães e crianças e de ELISA- rROP2 para pesquisa de IgG anti-T gondii em 236 amostras de gestantes, sendo grupo A: susceptíveis (n=65), grupo B: infecção aguda (n= 48), grupo C: infecção há mais de 4 meses (n =58) e grupo I: imunes (n=65) Dados epidemiológicos, clínicos e laboratoriais foram obtidos por consulta aos prontuários dos pacientes e no sistema informatizado do Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da UEL (LABHOS) Todas as amostras foram avaliadas para a detecção de IgG anti-T gondii por imunofluorescência indireta (IFI) e por quimioluminescência (QL) e detecção de IgM anti-T gondii por QL Nas amostras das gestantes com IgM e IgG reagentes foi realizado o teste de detecção da avidez de IgG anti-T gondii por QL Resultados: No período de 1 anos, 236 crianças tiveram suspeita de toxoplasmose congênita e 31 (13,1%) tiveram o diagnóstico confirmado Das 31 gestantes, 23 (85,2%) receberam assistência pré-natal, a infecção não foi diagnosticada em 2 (64,5%) e apenas 4 (12,9%) receberam o tratamento específico Das 31 crianças, 29 foram avaliadas no primeiro mês de vida; destas, 24 (82,8%) apresentaram manifestações clínicas ao nascimento Lesão ocular foi detectada em 23/31 (74,2%) crianças, sendo a coriorretinite a mais frequente (58,1%) Sequelas foram detectadas em 2/29 (68,9%) crianças e a sequela visual foi a mais frequente, em 16/29 (55,2%) Níveis séricos de anticorpos IgM anti-T gondii foram detectados em 15/31 (48,3%) crianças Com a ficha de notificação, foram notificados 64 casos suspeitos de toxoplasmose adquirida na gestação A maioria realizou atendimento pré natal (98,4%) e 41/58 (7,7%) gestantes não apresentou sintomas de toxoplasmose O diagnóstico foi realizado no 1º trimestre de gestação em 27/59 (45,7%) gestantes e 5/64 (78,1%) receberam tratamento durante a gestação Para a avaliação do método de WB, 15 crianças (15,5%) preencheram os critérios de toxoplasmose congênita e em 32 (32,2%) foi excluída a infecção congênita Das 15 crianças com toxoplasmose congênita, 12 (8%) foram sintomáticas, 6 (4%) apresentaram IgM anti- T gondii reagente, 5 (33,3%) com elevação de IgG anti-T gongii nos primeiros meses de vida, um (6,7%) com persistência dos títulos de IgG anti-T gondii em amostras seriadas e em 5/7 (71,4%) com reação em cadeia de polimerase (PCR) positiva A sensibilidade do WB foi de 6,% e a especificidade de 43,7% A presença de sintomas ou WB positivo aumentou a sensibilidade do diagnóstico para 92,% e a associação de WB ou PCR positivo para 89,1% Considerando a IFI como padrão ouro, a sensibilidade do ELISA-rROP2 foi de 61,8 % e a especificidade de 62,8% Considerando a QL como padrão ouro, o ELISA-rRop2 apresentou sensibilidade de 62,3% e especificidade de 62,4% O ELISA-rROP2 foi reagente em 26/65 (4,%) gestantes com infecção crônica e em 3/48 (62,5%) gestantes com infecção aguda (p= ,18) A positividade encontrada pelo ELISA-rROP2 para o grupo de gestantes com infecção há mais de 4 meses foi de 5/58 (86,2%) Conclusões: O presente estudo demonstrou que entre 2 e 21, a maioria das gestantes cujos filhos apresentaram toxoplasmose congênita e foram atendidos no AEHU/UEL, não recebeu tratamento para toxoplasmose durante a gravidez A maioria das crianças era sintomática no primeiro mês de vida e com elevada frequência de sequelas A ficha de notificação foi útil para a obtenção de dados epidemiológicos, de diagnóstico e acompanhamento dos casos suspeitos De agosto de 213 a agosto 214, a maioria das gestantes recebeu atendimento pré-natal e tratamento para toxoplasmose durante a gestação O WB mostrou-se útil na avaliação sorológica de pacientes com toxoplasmose congênita Embora não deva ser utilizado isoladamente para o diagnóstico de toxoplasmose congênita, quando associado a clínica, presença de IgM ou PCR positiva, apresentou aumento na sensibilidade Anticorpos IgG anti-rROP2 foram detectados por ELISA tanto na fase aguda quanto na crônica da toxoplasmose na gestação, com maior sensibilidade em amostras de gestantes com infecção há mais de 4 meses que apresentaram IgG anti T gondii de forte avidez

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Palavras-chave

Toxoplasmose, Toxoplasmose, Epidemiologia, Doenças parasitárias em crianças, Doenças congênitas, Toxoplasmosis, Toxoplasmosis, Parasitic diseases in children, Epidemiology

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