Hiperamonemia não hepática em pacientes em terapia intensiva

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Prado, Fabrizio Almeida

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Resumo

Resumo: Hiperamonemia ocorre geralmente associada à lesão do parênquima hepático em insuficiência hepática aguda ou cirrose hepática Com menor frequência, ocorre por distúrbios não associados ao parênquima hepático, também chamada de hiperamonemia não hepática (HNE) Várias causas de HNE são descritas na literatura e pacientes gravemente enfermos são uma população específica na qual fatores etiológicos para HNE estão frequentemente presentes, no entanto não há dados disponíveis sobre a incidência e repercussões da HNE nessa população Foi realizado um estudo prospectivo observacional em um hospital universitário para avaliar a incidência e o tempo de aparecimento da HNE em pacientes graves de unidades de terapia intensiva (UTI) bem como o papel dos fatores associados ao surgimento da HNE e suas implicações sobre a mortalidade desses pacientes Durante o período de 5/3/212 a 5/9/212 foram incluídos os pacientes adultos admitidos às 2 UTIs gerais e à UTI de queimados sendo posteriormente excluídos caso apresentassem: insuficiência hepática aguda ou cirrose, óbito nas primeiras 24h de admissão, alta da UTI com menos de 48h após cirurgia eletiva ou ausência de preenchimento do termo de consentimento Foram obtidos os diagnósticos de admissão e anotados diariamente a presença de fatores de risco para HNE e calculado o escore SOFA Cem pacientes tiveram dosagens arteriais de amônia realizadas ao menos nas primeiras 24h de admissão e depois no 3º, 7º, 14º, 21º e 28º dias de internação caso persistissem na UTI Desses, 73% apresentou hiperamonemia (=35 µmol/L) em pelo menos uma ocasião, 4 e 6% deles nas primeiras 24h e 72h da admissão, respectivamente Houve uma associação positiva entre HNE, escore SOFA e jejum prolongado (P < ,5), entretanto não foi encontrada associação entre HNE, diagnósticos de admissão e outros fatores etiológicos A mortalidade dos pacientes aumentou significativamente conforme a gravidade da HNE (P < ,1) Análise pela curva ROC evidenciou um valor de corte de amônia de 49 µmol/L para predição de mortalidade Nenhum caso de morte ou edema cerebral diretamente atribuído à HNE foi observado O presente estudo demonstrou pela primeira vez uma alta incidência de HNE em pacientes de UTI HNE foi um evento precoce cuja presença e gravidade foram associadas a maior mortalidade A falta de associação entre HNE e fatores etiológicos comumente descritos e a associação positiva entre HNE, escore SOFA e mortalidade alertam para um possível papel da amônia como marcador clínico de gravidade

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Palavras-chave

Hiperamonemia, Diagnóstico, Amônia, Metabolismo, Doentes em estado crítico, Hyperammonemia, Ammonia, Critically ill, Metabolism, Diagnosis

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