Avaliação dos níveis séricos de vitamina D, marcadores inflamatórios e do estresse oxidativo e nitrosativo em pacientes com esclerose múltipla

Data

Autores

Oliveira, Sayonara Rangel

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

Editor

Resumo

Resumo: Introdução: Esclerose múltipla (EM) é uma doença inflamatória crônica, desmielinizante, imuno-mediada, com envolvimento de muitos processos lesivos e de etiologia desconhecida A identificação de novos preditores da doença para auxiliar no diagnóstico, prognóstico, classificação das formas clínicas ou monitoração da eficácia terapêutica é de grande importância devido à heterogeneidade clínica e complexidade da EM Objetivos: O objetivo do presente estudo foi avaliar os níveis séricos de vitamina D e marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo e nitrosativo em pacientes com EM Materiais e Métodos: Foram avaliados 258 pacientes com EM atendidos no Ambulatório de Doenças Desmielinizantes do Ambulatório de Especializadades do Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Paraná, e 249 indivíduos saudáveis, doadores de sangue do Hemocentro Regional de Londrina A incapacidade dos pacientes foi avaliada pela Escala Expandida do Estado de Incapacidade (EDSS) O estresse oxidativo foi avaliado pela formação de hidroperóxidos lipídicos iniciada por t-butil (CL-LOOH), produtos avançados de oxidação proteica (AOPP), dosagem de proteínas carbonílicas, determinação dos metabólitos do óxido nítrico (NOx) e capacidade antioxidante total do plasma corrigidos pelo ácido úrico (TRAP/AU) Os marcadores inflamatórios analisados foram proteína C reativa (PCR), albumina, proteínas totais e ferritina Os níveis séricos de 25 hidroxivitamina D [25(OH)D] foram quantificados por quimioluminescência e os pacientes com EM foram categorizados em 2 grupos: 25(OH)D =2 ng/mL (status não deficiente de vitamina D) e <2 ng/mL (status deficiente de vitamina D) Resultados: Pacientes com EM eram mais velhos que os indivíduos do grupo controle (p<,1), e os marcadores ferritina e CL-LOOH apresentaram associação positiva com EM e podem ser considerados preditores da doença [odds ratio (OR): 1,6; 95% intervalo de confiança (IC): 1,3-1,9, p<,1, e OR: 1,29, 95% IC: 1,7-1,52, p=,9, respectivamente)] Outros marcadores como albumina, TRAP/AU, AOPP e NOx apresentaram asssciação negativa com EM (p=,19, p=,3, p=,1, e p=,3, respectivamente) A regressão logística ajustada pela idade mostrou que pacientes com formas progressivas da EM apresentaram níveis séricos diminuídos de albumina e aumentados de AOPP quando comparados aos pacientes com a forma remitente-recorrente (EM-RR) Além disso, pacientes com EM apresentaram maior frequencia de deficiencia de vitamina D (p=,1) e menores níveis séricos de 25(OH)D (p=,2), NOx (p<,1) e TRAP/AU (p<,1) do que os controles Após a regressão logística com ajuste da idade, os valores de 25(OH)D, NOx e TRAP permaneceram significativos Pacientes com 25(OH)D < 2 ng/mL mostraram maior EDSS e menor AOPP que o grupo com 25(OH)D = 2 ng/mL (p=,16 e p=,46, respectivamente) Após regressão logistítica binária com as variáveis que apresentaram p<,1, somente o EDSS permaneceu associado com a deficiência de vitamina D, independentemente de fatores que podem influenciar a incapacidade dos pacientes, como estresse oxidativo (AOPP e NOx), idade, sexo, índice de massa corporal, etnia, duração da doença, tratamento para EM, uso do interferon beta e as formas clínicas da doença, com uma razão de chance de 1,38 (intervalo de confiança de 95%: 1,3-1,843, p=,31) Além disto, a análise de regressão linear mostrou uma associação entre os níveis séricos de 25(OH)D e EDSS (r2=,115, p=,2) e demonstrou que deficiência de vitamina D pode predizer 11,5% de aumento do EDSS em pacientes com EM Os resultados demonstraram, também, que os níveis de 25(OH)D não apresentraram asociação com as formas clínicas da EM (p=,553) Conclusão: Os resultados sugerem que ferritina, albumina e marcadores do estresse oxidativo e nitrosativo como CL-LOOH, AOPP, TRAP e NOx foram preditores de diagnóstico de EM, enquanto albumina e AOPP foram preditores das formas clínicas da doença Além disso, nossos dados sugerem que níveis diminuídos de 25(OH)D podem ser preditores de prognóstico, indicando que a deficiência de vitamina D pode ser considerada um dos fatores que contribui para o aumento da incapacidade dos pacientes, independente do estado redox dos pacientes, sugerindo que a vitamina D exerça propriedades anti-inflamatórias e imunomuduladoras em diferentes vias envolvidas na fisiopatologia da EM

Descrição

Palavras-chave

Esclerose múltipla, Vitamina D, Estresse oxidativo, Multiple sclerosis, Vitamin D, Oxidative stress

Citação