Mistura de metais essenciais (Zn, Mn, Fe) em concentrações ambientalmente relevantes : bioacumulação e efeitos em bivalve e teleósteo neotropicais
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Oliveira, Luciana Fernandes de
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Resumo
Resumo: Pouco se conhece sobre a toxicidade de misturas metálicas em organismos aquáticos biomonitores, apesar dos efeitos isolados destes contaminantes ter sido amplamente investigados nas últimas décadas No ambiente aquático e em efluentes líquidos diversos os contaminantes ocorrem combinados e, portanto, as interações desses elementos e consequentes efeitos nos organismos devem ser esclarecidos A mineração de carvão é uma atividade que exemplifica essa problemática, pois seus resíduos contêm diversos metais componentes de rochas associadas ao carvão Com isso, o presente estudo se preocupou em investigar os efeitos de misturas metálicas em duas espécies Neotropicais, um bivalve Anodontites trapesialis e um teleósteo Prochilodus lineatus, utilizando diferentes abordagens experimentais Foi realizado um teste in situ de 96 horas com a espécie de bivalve em área de influência de mineração de carvão e testes em laboratório, também de 96 horas, nos quais os bivalves e os peixes foram expostos aos metais Zn, Mn e Fe, isolados ou em misturas, já que estes foram os metais considerados mais relevantes no teste realizado em campo Nos testes, foi investigada a bioacumulação de metais em diferentes tecidos dos animais e foram considerados biomarcadores de estresse oxidativo, osmorregulação e danos no DNA A atividade da acetilcolinesterase, concentração de glicogênio e variação da expressão de proteínas pela intensidade de spots em gel de eletroforese de duas dimensões também foram considerados nos testes em laboratório com bivalves Entre os dois modelos biológicos estudados não é possível apontar aquele mais sensível aos efeitos dos metais, já que tanto peixes quanto bivalves apresentaram alterações nos endpoints avaliados, principalmente após exposição as concentrações mais altas testadas dos metais isolados (5 mg L-1 de Zn ou Mn) Quando em mistura, houve uma tendência de aumento de bioacumulação dos metais, tanto em bivalves quanto em peixes, demonstrando que as misturas testadas podem afetar a toxicocinética dos metais Considerando-se a ocorrência de danos oxidativos e no DNA, percebe-se que o Mn é mais tóxico em comparação ao Zn e Fe para ambas as espécies, porém mesmo para esse metal os efeitos são mais evidentes após exposição à concentração mais elevada de 5 mg L-1 Em bivalves e peixes, o Zn promove o aumento de metalotioneínas e tióis não proteicos, mostrando que as concentrações testadas deste metal promoveram respostas que protegem os animais contra a ação tóxica do Zn No teste em laboratório com A trapesialis, sugeriu-se que o Mn promove supressão metabólica, devido a uma série de alterações observadas nos endpoints analisados, esse comportamento também parece ter ocorrido após exposição in situ Os biomarcadores relacionados à osmorregulação também sofreram alterações após exposição aos metais, tanto isolados como em mistura, porém não necessariamente causaram hipocalcemia, como esperado, já que o Mn promoveu aumento de Ca2+ tanto na hemolinfa dos bivalves, como no plasma dos peixes Quando em mistura, os biomarcadores também se alteram, porém é difícil apontar os tipos de interações que estão ocorrendo ou atribuí-las a um metal Com isso, conclui-se que o estudo dos efeitos de misturas metálicas deve considerar as diversas variáveis atuantes, como o comportamento e defesas dos animais, bem como a particularidade de cada metal que compõe a mistura, concentrações e proporção testadas entre os metais componentes
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Palavras-chave
Bivalve, Efeito dos metais, Peixe, Efeito dos metais, Metais, Bivalvia, Fish, Metals, Biological markers, Bioaccumulation, Effect of metals on