Análise dos polimorfismos genéticos dos receptores de quimiocinas CCR5 Delta32 e CCR2-V64I e do nível plasmático de RANTES em indivíduos obesos e não-obesos

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Dias, Flávia Luísa

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Resumo: A obesidade é definida como uma doença resultante de um desequilíbrio energético, onde o consumo calórico é maior que o gasto, que tem como consequência o acúmulo de ácidos graxos nas células do tecido adiposo, manifestado pelo aumento de peso corporal O tecido adiposo é imunologicamente dinâmico e possui uma concentração de leucócitos residentes responsáveis pela homeostase A mudança destas células para um perfil inflamatório tem sido implicada na patogênese da obesidade De fato, a ativação de macrófagos no tecido adiposo é relacionada à desregulação metabólica, assim como a migração de monócitos derivados da medula óssea e sua diferenciação em macrófagos com fenótipo inflamatório no tecido adiposo obeso é direcionada por quimiocinas e seus receptores A este respeito, a citocina quimiotática regulada sob ativação, expressa e secretada por células T normais (RANTES) e os receptores 5 e 2 da família de quimiocinas CC (CCR5 e CCR2) desempenham papéis importantes, controlando o recrutamento e a polarização de macrófagos no tecido adiposo, com subsequente desenvolvimento de resistência à insulina e obesidade Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar o impacto dos polimorfismos CCR2-V64I (rs1799864) e CCR5-?32 (rs333) e os níveis plasmáticos de RANTES em 9 indivíduos sobrepesos e obesos, em comparação com 9 indivíduos não-obesos Os polimorfismos no CCR5 e CCR2 foram detectados a partir do DNA genômico do sangue total, utilizando o método de reação em cadeia da polimerase (PCR) convencional e de polimorfismo de fragmento de restrição (RFLP), respectivamente As tabelas de contingência de 2 × 2 e análise de regressão múltipla foram utilizadas para determinar a associação dos genótipos com obesidade ELISA para RANTES humana foi usada para determinar os níveis da quimiocina no plasma Ao nosso conhecimento, este é o primeiro estudo buscando associar os polimorfismos CCR2-V64I e CCR5-?32 e a suscetibilidade à obesidade na população brasileira Como resultado, não houve diferenças significativas nas freqüências genotípicas e alélicas dos polimorfismos do CCR2 e CCR5, bem como em relação ao risco de obesidade (p> ,5) No entanto, um aumento significativo da RANTES plasmático foi detectado no grupo de obesos comparados ao grupo controle (p=,3) Quando estratificados por grau de obesidade e comparados ao grupo controle, os níveis plasmáticos de RANTES nos obesos classe I (n = 1; p = ,2) e obesos classe II (n = 17; p = ,4) foram significantemente maiores, embora apenas uma tendência foi notada no grupo de obesos classe III (n = 13; p = ,7) Foi demonstrando um aumento significativo no RANTES plasmático dos homens obesos comparadas aos homens não-obesos (p=,4), porém este aumento não foi evidenciado entre as mulheres Mulheres do grupo não-obeso apresentaram concentrações maiores de RANTES plasmático em relação aos homens do mesmo grupo (p=,2), porém esta diferença entre gêneros não foi notada no grupo obeso A constatação de que entre as pessoas não-obesas, o gênero tem um efeito significativo sobre a concentração RANTES é potencialmente importante e deve ser investigada No entanto, os níveis plasmáticos de RANTES foram significativamente maiores no grupo obeso, independentemente do gênero, sugerindo uma relação desta quimiocina com o excesso de peso, demonstando um possível alvo de intervenções terapêuticas na obesidade

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Palavras-chave

Obesidade, Polimorfismo (Genética), Citocinas, Macrófagos, Obesity, Genetic polymorphisms, Cytokines, Macrophages

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