Prevalência do HPV em mulheres da região norte do Paraná e influência do polimorfismo rs333 do gene CCR5 na infecção e desenvolvimento de lesões intraepiteliais cervicais
Arquivos
Data
Autores
Mangieri, Luis Fernando Lasaro
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Editor
Resumo
Resumo: A infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) pode levar ao desenvolvimento de lesões epiteliais cervicais e ao câncer cervical A região metropolitana de Londrina é o segundo maior aglomerado urbano do Paraná, e a maior demanda de cuidados de saúde na região Norte do Estado Dados epidemiológicos sobre a ocorrência de HPV no Paraná são escassos A maioria das infecções cervicais de HPV é eliminada pela resposta imunológica mediada por células dentro de 1-2 anos e sabe-se que a inflamação crônica predispõe à progressão das lesões e ao desenvolvimento do tumor Neste contexto, destaca-se o receptor 5 de quimiocina CC (CCR5) que está envolvido na quimiotaxia de leucócitos, colaborando para a resposta imunológica, cujo gene apresenta um polimorfismo na região codificadora, denominado rs333, caracterizado pela deleção de 32 pares de bases, resultando em um receptor não funcional Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar a ocorrência da infecção pelo HPV e anormalidades citológicas e investigar fatores predisponentes potenciais, tais como características sociodemográficas, de comportamento sexual, antecedentes ginecológicos e obstétricos, bem como investigar a associação do polimorfismo rs333 do CCR5 com a infecção pelo HPV e com o desenvolvimento de lesões intraepiteliais escamosas No primeiro estudo amostras cervicais foram examinadas para a presença de DNA do HPV por reação em cadeia da polimerase (PCR) de 429 mulheres divididas em dois grupos: não infectadas (n = 219, controles) e mulheres infectadas (n = 21) A suscetibilidade à infecção pelo HPV foi avaliada em relação aos dados dos potenciais fatores predisponentes Uma maior proporção de mulheres infectadas pelo HPV foi observada entre mulheres menores de 25 anos de idade (p<,1), solteiras (p<,1), com renda mensal de até um salário mínimo (p=,18), fumantes (p=,14), que tiveram sua primeira relação sexual antes dos 18 anos de idade (p=,12), que tiveram pelo menos quatro parceiros sexuais ao longo da vida (p<,1) e que não estavam grávidas (p=,8) A análise de regressão logística binária multivariada mostrou que a idade inferior a 25 anos aumentou a susceptibilidade para infecção em cerca de 4 vezes (OR = 4,92, IC95% = 1,67-14,52, p = ,4) e em relação ao estado civil, casadas ou que possuiam parceiro civil (OR = ,45; IC95% = ,23 - ,88; p = ,2) e que declararam renda mensal de 1 a 3 salários mínimos (OR = ,59; IC95% = ,36 - ,95; p = ,3) apresentaram proteção contra a infecção pelo HPV O grupo HPV positivo foi analisado quanto à presença de lesões intraepiteliais escamosas (LIE) As LIE foram mais frequentes em mulheres que fumavam (p = ,17), com até um salário mínimo mensal (p = ,19) e que sofreram abortos espontâneos (p = ,42) A análise de regressão logística binária mostrou que a renda mensal variando de 1 a 3 salários mínimos é um fator protetor para o desenvolvimento de LIE em pacientes com HPV (OR = ,49; IC95% = ,26 - ,93; p = ,28) enquanto uma renda mensal inferior a 1 salário mínimo caracterizou risco No segundo estudo foi realizado a genotipagem do rs333 de CCR5 de 164 mulheres infectadas com HPV e 185 mulheres não infectadas Quanto à distribuição genotípica e alélica de CCR5, não foi observada diferença significativa em relação à infecção pelo HPV O genótipo CCR5/CCR5 foi observado em 94,1% das mulheres não infectadas pelo HPV e em 89% das infectadas, CCR5/?32 em 5,9% das infectadas pelo HPV e em 1,4% das mulheres não infectadas, e ?32/?32 foi observado em apenas uma (,6%) paciente infectada Os genótipos de CCR5 também não foram associados ao desenvolvimento de lesões cervicais entre mulheres infectadas pelo HPV (p = ,167) Em conclusão, os resultados sugerem que a idade, o estado civil e a renda mensal são cofatores importantes para a infecção pelo HPV e desenvolvimento da LIE na região Norte do Paraná Contudo devido ao fato do rs333 do CCR5 ser um polimorfismo pouco frequente na população, bem como devido ao importante papel deste receptor na resposta imune antiviral e antitumoral, mais estudos são necessários, para estabelecer o papel do CCR5 na infecção pelo HPV e no desenvolvimento de lesões intraepiteliais escamosas
Descrição
Palavras-chave
Vírus do papiloma, Colo uterino, Câncer, Quimiocinas, Polimorfismo (Genética), Papillomavirus, Uterine cervical, Genetic polymorphisms