Avaliação in vivo e in vitro da citotoxicidade, genotoxicidade e dos efeitos protetores de extratos de plantas do cerrado brasileiro
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Serpeloni, Juliana Mara
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Resumo
Resumo: O uso de plantas para fins terapêuticos tem aumentado consideravelmente, assim como a crença de que elas possuem apenas efeitos benéficos e são livres de efeitos colaterais ou adversos No entanto, a maioria das informações disponíveis sobre o consumo dessas plantas não tem nenhum suporte científico e seu uso é baseado somente na cultura popular Entre as plantas usadas pela humanidade como fontes de medicamentos estão aquelas pertencentes ao gênero Miconia Estudos têm mostrado que extratos de Miconia apresentam efeitos analgésicos, são ativos contra formas tripomastigotas de Trypanosoma e que Primin, um antibiótico extraído de Miconia sp, apresentou forte ação antineoplásica Embora diversas atividades biológicas de extratos de Miconia tenham sido reportadas, nenhum estudo sobre seus efeitos no DNA (indução, redução ou prevenção de mutações) está disponível atualmente O objetivo do presente estudo foi avaliar os potenciais citotóxico, genotóxico e mutagênico de quatro extratos de espécies do gênero Miconia e também os seus possíveis efeitos protetores contra os danos no DNA induzidos pelos quimioterápicos ciclofosfamida e doxorrubicina utilizados, respectivamente, em testes agudos in vivo e in vitro Os testes empregados in vivo foram o ensaio cometa e o teste do micronúcleo em células de camundongos Para a avaliação da genotoxicidade, três concentrações foram testadas, 2, 4 e 54 mg/kg pc, baseadas no limite de solubilidade dos extratos em água destilada, e para os efeitos protetores, somente a maior dose foi avaliada contra 4 mg/kg pc de ciclofosfamida Para a análise in vitro da citotoxicidade foi empregado o ensaio clonogênico em culturas de fibroblastos de hamster Chinês (V79) A partir dos resultados obtidos foram escolhidas as três menores concentrações não citotóxicas a serem utilizadas para as avaliações da mutagenicidade e antimutagenicidade dos extratos As culturas foram tratadas com as diferentes concentrações dos extratos (teste de mutagenicidade) ou com o extrato associado à doxorrubicina 1 µg/mL (teste de antimutagenicidade) em protocolos de pré, pós e tratamento simultâneo Todos os extratos induziram alterações na migração do DNA (ensaio do cometa) in vivo Tanto in vivo quanto in vitro, resultados negativos para mutagenicidade e positivos quanto aos efeitos protetores foram observados em todos os grupos de tratamento Esses efeitos podem ser explicados devido aos constituintes químicos presentes nos extratos Os principais constituintes isolados foram flavonóides, taninos e compostos fenólicos, todos eles com atividade antioxidante descrita na literatura O efeito aditivo e sinergístico desses fitoquímicos em frutos e vegetais tem sido proposto como sendo responsável pela sua potente atividade antioxidante e anticâncer Embora efeitos mutagênicos não tenham sido vistos, investigações posteriores devem ser feitas para garantir a segurança desses resultados, uma vez que efeito genotóxico moderado foi encontrado nos estudos in vivo Os efeitos protetores detectados também encorajam novos estudos com esses extratos
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Palavras-chave
Genética molecular, Miconia, Testes de mutagenicidade, Plantas medicinais, Plant genetics, Mutagenicity testing, Medicinal plants