Efeitos de microplástico e sua associação com o cobre em biomarcadores genotóxicos, bioquímicos e fisiológicos do teleósteo Prochilodus lineatus

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Roda, Jéssica Fernanda Bernardes

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Resumo

Resumo: A contaminação aquática por microplásticos (MPs) teve crescente aumento nos últimos anos devido à ampla utilização de plásticos pela sociedade Os microplásticos caracterizam-se por partículas menores que 5 mm, divididos em dois tipos, os MPs primários que são aqueles fabricados em tamanho reduzido para utilização em aplicações industrias, fármacos, entre outros, e os MPs secundários, que resultam da degradação do plástico Além da toxicidade do MP, há uma crescente preocupação quanto à capacidade de adsorção e potencialização de outros contaminantes, como o cobre (Cu), sobre o qual informações de toxicidade para teleósteos dulcícolas já são conhecidas Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do microplástico de polietileno e de sua associação ao cobre (Cu) em biomarcadores genotóxicos, bioquímicos e fisiológicos do teleósteo neotropical Prochilodus lineatus Os peixes foram expostos durante 24 e 96 h ao MP (2 µg L-1) e ao Cu (1 µg L-1), isolados e em mistura Os resultados mostraram que o MP e o Cu, tanto isolados como em combinação, promoveram danos no DNA de eritrócitos (96 h) e células hepáticas (24 e 96h), interferiram na ionorregulação diminuindo o Na+ e Ca2+ plasmáticos (24 h) Já as exposições ao MP e ao MP+Cu resultaram na diminuição da atividade da Ca2+-ATPase branquial (24 h) Além disso, houve diminuição na peroxidação lipídica no fígado dos peixes expostos ao Cu (96 h), apesar do decréscimo no conteúdo da glutationa, indicando a atuação eficiente de outras defesas antioxidantes Estes resultados indicam que tanto o MP quanto o Cu são genotóxicos, sendo que os efeitos do MP podem ser atribuídos principalmente a danos oxidativos, enquanto que os efeitos do Cu provavelmente resultam da ação direta do metal na molécula de DNA Nos peixes expostos à combinação MP+Cu, a concentração de Ca2+ plasmático foi ainda menor que aquelas apresentadas pelos peixes expostos aos contaminantes isolados, indicando uma possível interação sinérgica entre o MP e o metal Entretanto, a presença do MP não influenciou no acúmulo de Cu nos tecidos, tampouco nos outros efeitos do Cu Por fim, estes resultados mostram claramente que o MP causa danos genotóxicos e alterações bioquímicas e fisiológicas em um peixe neotropical, além de aumentar o efeito do cobre na regulação de cálcio, mesmo não interferindo no acúmulo do metal nos tecidos

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Palavras-chave

Estresse oxidativo, Cobre, Teleósteos, Oxidative stress, Copper, Teleostei

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