Caracterização de e. coli isoladas da microbiota intestinal de vegetarianos, veganos e onívoros e de infecções comunitárias do trato urinário
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Tizura, Ariane Tiemy
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Resumo
Resumo: Escherichia coli coloniza a microbiota intestinal sem causar danos ao hospedeiro, o que pode estar relacionado a diferentes hábitos alimentares Entretanto, alguns tipos patogênicos, como ExPEC são capazes de gerar infecções, sendo o trato urinário (ITU) o principal sítio, podendo apresentar diferentes fatores de virulência e mecanismos de resistência O objetivo do estudo foi analisar os hábitos alimentares e de vida dos participantes e E coli de onívoros, vegetarianos e veganos e analisar os dados epidemiológicos e sociodemográficos de pacientes da comunidade com infecção do trato urinário por E coli Este estudo incluiu 6 isolados de E coli de amostras fecais de onívoros, e 58 de vegetarianos/ veganos (41 vegetarianos e 17 veganos) e 2281 isolados de urina de paciente da comunidade com ITU Os genes dos fatores de virulência (VFs), ilhas de patogenicidade (PAIs), ß-Lactamase de Espectro Estendido (ESBL) do tipo cefotaximase (CTX-M) e classificação filogenética (A, B1, B2, C, D, E e F) das 118 amostras de onívoros, vegetarianos e veganos, foram pesquisados por reações em cadeia da polimerase (PCR) As amostras de urina, foram analisadas quanto aos perfis de sensibilidade dos isolados de E coli e sociodemográficos Ambos os grupos de onívoros e vegetarianos/ veganos mostraram uma alta taxa de resistência à ampicilina, amoxicilina-ácido clavulânico e ácido nalidíxico e alguns foram ainda positivos para o teste ESBL (12% dos vegetarianos / veganos e 5% dos onívoros) Os genes de virulência mais predominantes entre os onívoros foram fimH (7%); iutA (32%); fyuA (32%) e traT (32%), enquanto entre vegetarianos / veganos, os genes de virulência mais predominantes foram traT (62%), kpsMT k1 (28%) e iutA (22%) A maioria dos onívoros (55%) foi positiva para PAI I536, enquanto a maioria dos vegetarianos / veganos (59%) foi positiva para PAI IV536 O grupo filogenético A, que caracteriza os isolados comensais não patogênicos que sobrevivem no sistema intestinal, foi o mais prevalente em ambos os grupos Já as ITU ocorrem em ambos os sexos e em todas as faixas etárias, entretanto sua incidência foi maior em mulheres (91,9%) e aumentou com a faixa etária, sendo a média de idade entre os pacientes com amostras positivas para ESBL de 64 anos A ocorrência de microrganismos resistentes inclusive comensais e o consequente agravo no desenvolvimento das infecções se deve principalmente ao aumento da exposição ao uso de antibióticos, uma vez que as enterobactérias produtoras de ESBL são frequentemente resistentes à maioria dos antibióticos orais utilizados no tratamento das ITU Por isso, é necessário conhecer o perfil dos principais microrganismos e da população local, visando melhorar as diretrizes e criar medidas rigorosas no controle de antimicrobianos, a fim de uma utilização adequada desses medicamentos, como forma de conter e prevenir a disseminação dos mecanismos de resistência e as infecções causadas por esses microrganismos
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Palavras-chave
Escherichia coli, Infecções do trato urinário, Fatores de virulência, Microbiota intestinal, Infecção, Escherichia coli, Urinary tract infections, Virulence factors, Intestinal microbiota - Infection