01 - Doutorado - Geografia
URI Permanente para esta coleção
Navegar
Navegando 01 - Doutorado - Geografia por Assunto "Agricultural geography"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
Resultados por página
Opções de Ordenação
Item A agricultura camponesa na microrregião geográfica de Faxinal/PR : territórios de resistência frente aos avanços da agricultura capitalistaOliveira, Émerson Dias de; Fraga, Nilson Cesar [Orientador]; Campos, Margarida de Cássia; Bobato, Zaqueu Luiz; Ludka, Vanessa Maria; Viana, Gessilda da Silva; Losada, Janaina ZitoResumo: O lugar e o papel do campesinato no mundo contemporâneo traz para o debate geográfico inúmeras questões sociais, sendo que este esforço exige uma interpretação ampla e concreta acerca das relações que envolvem tanto o espaço urbano como o rural Diante disto, são válidas as afirmações intrínsecas ao método dialético, que percebe o desenrolar do tempo-espaço através das contradições inerentes em seus fenômenos e/ou objetos, realidade esta que é visível no cotidiano campesino Os camponeses estão tradicionalmente revestidos de um propósito social de contraditoriedade e resistência aos padrões determinados pelos modelos ditos hegemônicos, forjando assim uma capacidade singular de compreender e vivenciar o mundo O desafio colocado nesta tese surgiu desta consideração, ou seja, uma discussão do camponês e não-camponês enquanto partes de um cenário único e totalitário, abrindo assim possibilidades de aproximação/compreensão aos símbolos e práticas camponesas presentes nos campos da Microrregião Geográfica de Faxinal/PR Desta feita, o objetivo desta tese procurou através da busca, a análise e identificação das territorialidades camponesas vigentes nesta microrregião, embasar-se de um apanhado teórico-conceitual a fim de contribuir na construção do discurso da ‘Agricultura de Autoconsumo’ como categoria e prática primordial da reprodução camponesa Esta prática social não se resume única e exclusivamente no suprimento alimentar (comida), mas pelo abastecimento de uma série de necessidades locais, que são autonomamente discutidas e decididas pela coletividade e vontade dos próprios camponeses As reflexões teóricas, os levantamentos de dados e as entrevistas apuradas ao longo deste estudo, serviram de fundamento para instituir um aporte teórico que coloca a agricultura de autocosumo enquanto uma categoria social pertencente aos camponeses Essa peculiaridade deve-se ao fato dos territórios camponeses serem constituídos enquanto lugares de reprodução social da vida, da comida, do solo, da água, dos animais, da comunidade rural, enfim, um emaranhado de relações materiais/imateriais que se bastam (e necessitam) em si mesmos É por isso que o campesinato não é plenamente compreendido ao ser analisado de forma fragmentada e muito menos ainda quando considerado isolado do espaço urbano, pois a menor ou maior integração ao capital agrário não lhes descaracteriza sua condição social, portanto, o que guia a essência camponêsa e garante a reprodução de suas unidades familiares são as várias estratégias típicas da agricultura de autoconsumoItem Cooperativismo e recriação camponesa : contribuições e limites dos modelos de cooperativismo empresarialista e camponês na mesorregião norte central paranaenseZeneratti, Fábio Luiz; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Fabrini, João Edmilson; Fernandes, Bernardo Mançano; Almeida, Rosemeire Aparecida de; Fraga, Nilson CesarResumo: O objetivo deste trabalho é discutir as contribuições e os limites dos modelos de cooperação empresarialista e camponês para o processo de recriação do campesinato na mesorregião Norte Central paranaense A metodologia utilizada nessa tarefa foi a pesquisa teórico-bibliográfica e a pesquisa de campo, em que foram realizadas entrevistas não padronizadas em 7 unidades camponesas Essa metodologia permitiu identificar as principais características dos modelos cooperativistas elencados para a pesquisa Conclui-se que o modelo de cooperativismo empresarialista assumiu uma característica na qual as cooperativas foram utilizadas como instrumento estatal para a modernização da base técnica na agricultura, se distanciando da possibilidade de transformação social abrangente, como idealizavam os percursores do cooperativismo moderno mas que, contraditoriamente, possibilitam a recriação do campesinato cooperado que luta na terra Por outro lado, aos camponeses que tiveram que lutar para remover o bloqueio da propriedade privada capitalista, o cooperativismo se apresenta ao mesmo tempo como uma estratégia de luta pela terra e de luta na terra, ou seja, de resistência e recriação Essa pesquisa demonstra que os modelos de cooperativismo, empresarialista e camponês, são distintos na perspectiva da organização e do conteúdo político-ideológico, contudo ambos apresentam potenciais contribuições para a recriação camponesa no capitalismo, resguardadas as contradições inerentes a esses processos Para os camponeses assentados a cooperativa camponesa é um trunfo na luta contra o modo capitalista de produção, sendo um instrumento econômico e político que possibilita acessar mercados alternativos, como os institucionais, escapando dos circuitos monopolistas do mercado capitalista As cooperativas empresarialistas, por sua vez, têm como prerrogativa a inserção dos camponeses no mercado capitalista via produção de commodities e inserção em um setor da economia dominado pelos grandes grupos privados Nesse caso, a cooperativa comparece como uma estratégia para reter parte da renda camponesa da terra que seria drenada pelo capital Em ambos os casos as cooperativas proporcionam retenção da renda da terra, que, em última instância, é convertida em benefício à família camponesa A pesquisa também identificou que esses modelos cooperativos, no que pese sua distinção, permitem florescer o modo de vida camponês, representado por um conjunto de valores que norteiam suas vidas, como as relações de confiança, a autonomia, os vínculos familiares e a relação com a terra, entendida como meio de vida Nesses termos, o cooperativismo é uma possibilidade concreta de recriação do campesinato no capitalismo, se por um lado a cooperação não levou à mudança geral da sociedade, por outro, no particular, ela tem contribuído para mudar a realidade dos camponeses envolvidosItem Desdobramentos da territorialização do setor sucroenergético no estado do ParanáSouza, Marcos Antonio de; Paulino, Eliane Tomiasi [Orientador]; Oliveira, Ariovaldo Umbelino de; Thomaz Junior, Antônio; Fraga, Nilson César; Camara, Márcia Regina Gabardo daResumo: Partindo-se da premissa de que a crescente expansão do setor canavieiro após a década de 197 e mais recentemente, durante a primeira década do século XXI, provocou uma série de impactos socioambientais no espaço agrário brasileiro, este trabalho objetiva apresentar os desdobramentos da reprodução do capital sucroenergético, tendo como recorte geográfico o estado do Paraná Para tanto, se apoia metodologicamente na revisão bibliográfica especializada, assim como na utilização de bases de dados de diversas instituições e nas verificações empíricas na territorialidade do setor sucroenergético paranaense, para empreender a análise dialética dos arranjos socioespaciais dos municípios canavieiros do estado do Paraná Não obstante, se pauta numa análise onde o formato e estrutura da produção canavieira, fundamentada na agricultura capitalista, estão associados aos referidos impactos socioambientais, sendo o Estado considerado o comando político do capital, que tem buscado historicamente salvaguardar os interesses das classes dominantes, assumindo assim o papel de potencializador da eficiência dessas classes em extrair a renda fundiária, financiando e subsidiando todas as etapas do processo produtivo, executando políticas territoriais e atuando no sentido de viabilizar a continuidade da conjuntura favorável para a acumulação capitalista Se o formato e estrutura da produção sucroenergética assentado no modus operandi da agropecuária capitalista não possui a eficiência produtiva sustentada pelos seus defensores, comprovada nas históricas oscilações de apogeus e crises, constata-se que o conjunto da sociedade tem arcado em ritmo crescente na viabilização dessa produção Neste sentido, como consequência do processo de territorialização dos monopólios do setor sucroenergético, tem persistido a concentração fundiária, além da presença cada vez mais marcante das disputas territoriais travadas entre a cana-de-açúcar, os demais cultivos da agropecuária capitalista e os cultivos alimentares, além da precarização das relações de trabalho, expressa na superexploração do cortador de cana, realidade esta que contradiz com os altos níveis de rentabilidade auferidos pelo setor sucroenergético, assim como a disponibilidade tecnológica da contemporaneidade